No dia 23 de agosto começam os Jogos Parapan-Americanos de Lima, e o Brasil não sabe o que é perder no futebol de 5. Campeão desde a primeira vez que o esporte esteve em evento como este, no Rio de Janeiro em 2007, o time brasileiro chega a Lima para buscar seu quarto ouro.
Naquela oportunidade os atletas brasileiros estrearam nos jogos já sob pressão. Após a derrota no Mundial de 2006, o Parapan de 2007 seria a única chance de classificação para os Jogos Paralímpicos de 2008. E o objetivo foi alcançado, com o triunfo de 1 a 0 na final sobre a Argentina. A partir daí uma vitória chamou a outra, o que levou à conquista de 24 títulos em sequência.
Após a primeira conquista, a equipe passou a lidar melhor com a pressão, como afirma Ricardinho, um dos veteranos do time: “Estamos acostumados a essa pressão, não só pelo histórico no Parapan, mas pelos títulos que o Brasil ganhou. Mas deixamos isso fora das quatro linhas. Sabemos que sempre temos que aumentar um pouco o nível. E nossa equipe sempre é a equipe a ser batida. Então temos que teressa consciência. Pois, se vacilar, complica”.
Experiência em campo
Para subir mais uma vez ao lugar mais alto do pódio, a equipe brasileira mistura o fôlego da juventude com a experiência de Ricardinho e Damião, que permanecem na equipe desde a estreia em 2007. Para Damião, essa integração possibilita a continuidade na qualidade do futebol: “Quando comecei não tinha essa base. É importante passar nossa experiência, pois em pouco tempo eles irão assumir a camisa da seleção principal. E esse Parapan já é uma porta de entrada para muitos que chegam agora”.
Regras diferentes
O futebol de 5 tem regras diferentes do futebol convencional. A modalidade é disputada por pessoas com deficiência visual, em partidas de dois tempos de 20 minutos nas quais não há cobranças de lateral ou escanteios. Os atletas usam vendas para que não haja vantagem dos que enxergam parcialmente em relação àqueles que nada veem.
As bolas possuem guizos que fazem um barulho para orientar os atletas em campo. Além disso, atrás de cada gol fica um membro da comissão técnica, atuando como guia ou chamador. A função dele é orientar os atletas apenas quando eles entram no campo de ataque. Por esta razão, no futebol de 5, o silêncio é a melhor forma de torcer. Fica a dica.
Agência Brasil