Foram apenas seis minutos em campo, opção do técnico Rogério Micale, um curto período que fez o atacante Robinho completar contra o Fluminense, o maior jejum de gols na carreira. O camisa 7 soma 19 partidas sem balançar as redes com a camisa do Galo. A última vez que marcou foi na partida contra a Ponte Preta, em 28 de maio, quando abriu o placar no empate por 2 a 2, no Independência. Além disso, amarga um status jamais vivido por ele no futebol brasileiro: seis jogos consecutivos no banco de reservas.
Diante do Tricolor, Robinho não teve muito tempo para evitar a maior série negativa da carreira. Ele saiu do banco de reservas apenas aos 42 minutos do segundo tempo. Pouco depois, viu a equipe levar o gol que culminou no revés por 2 a 1.
Robinho superou o número negativo alcançado quando defendia as cores do Milan. Entre o fim de 2012 e o início da temporada 2013/2014, ele ficou 18 partidas oficiais sem balançar as redes. Ele marcou em 9 de dezembro de 2012, contra o Torino, na vitória por 4 a 2, e só voltou a fazer um gol no terceiro jogo da temporada seguinte, em agosto de 2013, diante do Cagliari, no triunfo por 3 a 1. Robinho até chegou a balançar as redes do Valencia, em amistoso de pré-temporada, na vitória por 2 a 1.
Na atual sequência sem gols pelo Atlético, Robinho foi titular em 12 partidas e só jogou os 90 minutos em quatro. Mesmo sem contribuir com gols, deu três assistências para os companheiros balançarem as redes. Contra o Grêmio, quando ficou no banco de reservas, o camisa 7 desperdiçou uma cobrança de pênalti no fim da partida, que decretaria o fim do jejum. No entanto, bateu no meio do gol, alto, e o goleiro Paulo Victor, que ficou parado, defendeu facilmente para escanteio.
Sequência como reserva
Desde que fez sua estreia como profissional, em 2002, Robinho não havia vivido uma sequência tão longa como reserva no futebol brasileiro. Com Rogério Micale no comando do Atlético, ele fez uma partida como titular, diante do Botafogo, pela Copa do Brasil. Depois, virou reserva nos seis jogos seguintes, participando de apenas quatro confrontos.
Nas últimas partidas, Robinho somou apenas 119 minutos em campo: Corinthians (31 minutos), Grêmio (48), Jorge Wilstermann (34) e Fluminense (6). Contra Coritiba e Flamengo, ele não deixou o banco de reservas. Curiosamente, foram as únicas duas vitórias do Galo com Micale no comando.
A maior sequência de Robinho como reserva desde que virou profissional foi justamente em seu início pelo Santos, em 2002. Ele estreou no Torneio Rio-São Paulo, contra o Guarani, saindo do banco de reservas. A equipe paulista fez mais três partidas na competição e ele participou de duas, também como suplente. Na estreia do Peixe no Campeonato Brasileiro daquele ano, o ainda jovem atacante foi titular diante do Botafogo.
Em outros anos pelo Santos, sempre que esteve disponível, foi escalado como titular, exceto no retorno ao clube, em 2010, quando saiu do banco de reservas para decidir o clássico contra o São Paulo com um gol de letra. Pelo Galo, em 2016, ele ficou no banco de reservas em duas partidas consecutivas, contra Colo Colo (3 a 0) e Tricordiano (2 a 4).
Micale comenta
Na sexta-feira passada, Rogério Micale chegou a comentar a situação de Robinho, hoje no banco de reservas: “Não vejo indiferença do Robinho, até pela sua história. Ele esteve na Seleção Brasileira, Real Madrid, com grandes títulos. Não tem como ele ficar indiferente. Sei do seu potencial e ele também sabe. O que queremos é passar essa confiança. Sei que a cobrança é grande, mas ele está acostumado com isso. Ele tem experiência vasta no futebol. Queremos proporcionar ao Robinho a melhor forma de ele ficar mais confortável em campo. Quando ele estiver bem, pela forma que ele treina no dia a dia, a resposta será boa. A gente passa por fases difíceis na vida e só há um lugar em que possa ser revertido essa situação no caso de um jogador de futebol: é dentro do campo. Ele sabe que a resposta será dada no campo”, afirmou o técnico.
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