Fonte: Bruno Cantini/Atlético

Em oito meses, Thiago Larghi viveu as dores e as delícias de ser treinador de futebol. Aos 38 anos, o jovem comandante do Atlético alternou altos e baixos, caiu nas graças dos torcedores – que, tempos depois, o vaiaram – e, agora, luta contra mais um momento de instabilidade. E é justamente nesse cenário que completará, neste domingo, 50 jogos à frente do alvinegro. A marca será alcançada contra o Fluminense, no Nilton Santos, às 16h, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Em 49 partidas, o Atlético de Larghi totaliza 23 vitórias, 12 empates e 14 derrotas. São 74 gols marcados e 46 sofridos. Dos 147 pontos disputados, 81 foram conquistados, aproveitamento de 55,1%. Entram na conta jogos de Campeonato Mineiro, Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana.

O Atlético vive momento de queda. Nos últimos cinco jogos, venceu apenas um: 5 a 2 sobre o Sport, no Independência. Nos demais, duas derrotas e dois empates. Nesse domingo, torcedores demonstraram irritação com a irregularidade da equipe, vaiaram Thiago Larghi e o chamaram de “burro” depois do 0 a 0 com o América.
“A gente não está conseguindo manter o padrão de antes da Copa (do Mundo). Respeito a opinião do torcedor, ele tem direito de se expressar. Faz parte da cultura do futebol brasileiro. Não vou ser o primeiro e nem o último”, disse, ao ser perguntado sobre as críticas.
A queda de rendimento do time é frequentemente justificada por Larghi pelas mudanças no grupo durante a temporada. Nomes importantes no primeiro semestre, o zagueiro Bremer, o armador Otero e o atacante Róger Guedes foram negociados no meio do ano. Com os três em grande fase o Atlético chegou à pausa para a Copa do Mundo na vice-liderança.
Diretoria e jogadores compartilham da análise do treinador. “O treinador é o que colocou a equipe em primeiro lugar, que remontou a equipe duas, três vezes, é o nosso treinador. Jogador gosta dele, entende o trabalho, a gente o respeita muito. A torcida tem direito de xingar, paga ingresso. Espero que ele continue para que a gente dê a volta por cima”, defendeu o volante Elias, um dos mais experientes do grupo.
Pelo objetivo de disputar a próxima Copa Libertadores, a “volta por cima” desejada pelo jogador não pode demorar. Afinal, a vantagem do Galo para o Santos, sétimo colocado, caiu: o Atlético está em sexto, com 46 pontos, quatro a menos que o time da Vila Belmiro.

Marca expressiva

Parece pouco, mas alcançar 50 jogos no comando do Atlético não é para qualquer um. Neste século, 27 treinadores comandaram o time. Apenas sete já chegaram a esse número: Levir Culpi (224 partidas), Cuca (153), Marcelo Oliveira (95), Celso Roth (81), Geninho (57), Vanderlei Luxemburgo (53) e Dorival Júnior (52).
Nomes consagrados não tiveram a mesma sequência de Larghi neste século. Foram os casos, por exemplo, de Emerson Leão (47), Abel Braga (24), Paulo Autuori (23), Tite (21) e Oswaldo de Oliveira (20). Curiosamente, o próprio Alexandre Gallo, que atualmente é diretor de futebol do Atlético, tem menos jogos à frente do time. Em 2008, foram apenas 14 partidas como treinador da equipe, com quatro vitórias, quatro empates e seis derrotas.
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