Uberlândia perdeu pouco antes da meia-noite desta quinta-feira (11), um de seus maiores Patrimônios Culturais. Depois de brava luta de 15 dias contra a Covid-19, apenas três dias de hospital, sem estar intubada ou na UTI, Cora Pavan de Oliveira Capparelli fechou seu piano e cerrou os olhos para sempre.

Cora Capparelli tinha 95 anos. Ela é referência da música em Uberlândia como fundadora do Conservatório Estadual, precursora do ensino superior de Música e Artes Plásticas, cursos que depois deram origem à Faculdade de Artes de Uberlândia e incentivadora ativa das artes.

Foi casada com o médico Vittorio Capparelli (1915-2016) com quem teve três filhos, Cristina Maria casada com Fredi Gerling; Vittorio Amilcar casado com Wânia Maria Franca e Silvio Demétrio Capparelli casado com Adriana Barbosa Freitas que lhes deram oito netos e quatro bisnetos.

Graduada em canto e Canto e Música, pelo Conservatório Dramático e Musical, e em História e Geografia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC).

Ela não mediu esforços para a implementação do Conservatório Estadual de Música que foi também, no início, a primeira escola de ensino superior da cidade. Pode-se dizer que o Conservatório Musical de Uberlândia, foi fruto de um projeto pessoal que aos poucos definiu as práticas pedagógico-musicais autorizadas e certificadas oficialmente, iniciativa que sempre esteve em consonância com os projetos educativos, sociais, políticos e econômicos da cidade de Uberlândia idade que sempre buscou projeção das realizações locais.

Um sonho não realizado. Dona Corinha (como seu caçula carinhosamente a chama) deixou registrado que gostaria de escrever um livro sobre sua infância, sobre os seus primeiros anos de vida. Queria mostrar uma Uberlândia que estava na sua memória, no seu coração e queria deixar uma lembrança para a sua família e para todas as pessoas que me a amaram em vida. – O tempo não permitiu.

Para o Patrimônio Cultural e a Secretaria de Cultura e Turismo de Uberlândia deixou um apelo para valorizar e propiciar aos artistas uberlandenses maiores oportunidades de se apresentarem ao publico uberlandense, inclusive ao Municipal, o de assumir a Orquestra Sinfônica que existe no conservatório e que não recebe nenhum subsidio de qualquer natureza, tendo sido fundada em 1980.

Para o Ministério da Cultura sua grande esperança é que criasse programas que venha a criar oportunidades para que os brasileiros receberem a valorização e competência que nossos artistas merecem, incentivando a divulgação de suas obras.
“Assim sendo, vamos propagar a responsabilidade social e instigar a comunidade escolar para que volte seu olhar às raízes da cidade. O futuro para ser melhor depende da ação de cada um de nós”, revelou em uma das muitas entrevistas que concedeu ao longo de sua vida.

(*) Uma entrevista feita por Celso Machado marca toda a trajetória de D. Cora.

(*) Em 2014, foi lançado o documentário “Tons de Cora”, produzido por Celso Machado e Nara Sbreebow. O trabalho resgatou a trajetória da musicista Cora Pavan Capparelli, uma das artistas mais respeitadas de Uberlândia. Assista ao lançamento:

(*) No vídeo, ao lado da professora Geralda Guimarães (recém falecida), D. Cora conta um pouco sobre a história das escolas que ajudou a fundar, inclusive os cursos superiores de música e artes plásticas de Uberlândia:

(*) O jornalista Luiz Fernando Quirino fez vários programas “Perguntar Não Ofende”, históricos com Dona Cora, assista um deles

(*) A criação do Convervatório contada para Luiz Fernando Quirino

Fontes: Album da família / Jornalista Ademir Reis, Ana Lúcia Gomes em História de vida “Cora Pavan Capparelli” / Celso Machado (Close Comunicação / Uberlândia de Ontem & Sempre /

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