No início desta semana, muitos motoristas de caminhões se assustaram com o aumento de 13% no preço do óleo diesel, que estava congelado desde o final de maio pelo Governo Federal como forma de encerrar a greve dos caminhoneiros. E esse gasto a mais deve afetar o preço do frete para esses trabalhadores e também os consumidores.
Abud Cecílio Domingos, que pertence ao Sindicato das Transportadoras, explicou que o aumento causará o chamado “efeito cascata”: com o aumento do preço do óleo diesel, o preço dos fretes também terá de sofrer reajuste.
“Quando a gente fala em aumento de 13%, imagine em torno de 4% na tabela (de fretes). Por que é o que representa hoje, praticamente, o óleo diesel sobre o preço do frete. Hoje, temos uma defasagem de mais 4%”, disse.
O aumento no preço do combustível será uma despesa extra para os caminhoneiros. O motorista Cleiton Aparecido, por exemplo, afirma que gasta em torno de 14 mil reais com o seu caminhão por mês, entre pneus, manutenção, seguro e rastreador. Mas a despesa que mais pesa no seu bolso é justamente o óleo diesel: aproximadamente 12 mil reais.
Cleiton já afirmou que se não houver algum reajuste no preço dos fretes, não poderá mais trabalhar.
“Não dá pra custear as despesas. Negociei um frete agora, no preço que ta a tabela. Fui abastecer o caminhão e já me deu uma diferença de 216 reais. E vou fazer três abastecimentos até entregar a carga que ta no caminhão. Tem que tem o aumento (no preço do fretes) pra custear as despesas”, disse Cleiton.
E em breve, esse reajuste deve também afetar o bolso dos consumidores. “Vai ser absorvido (o aumento) por ambas as partes. Mas quem vai pagar por isso é o consumidor que vai ta chegando às gôndolas. Não tem jeito de você absorver: você tem de pegar isso e repassar no frete. Isso vai repercutir no preço final do produto”, disse Abud Domingos.
Informações: Rodrigo Silva