A “Campanha Setembro Verde” é realizada todos os anos para celebrar o Dia Nacional da Doação de Órgãos, em 27 de setembro. A data foi criada para  conscientizar a sociedade sobre a importância da doação. O Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo. Cerca de 90% dos transplantes no país são realizados pelo Sistema Único de Saúde. Existe uma legislação que regula todo o processo de doação, captação e transplantes de órgãos e tecidos.

Uma das exigências é que os hospitais públicos, privados e filantrópicos que se enquadrem nos perfis especificados na Portaria nº 2.600, de 21 de outubro de 2009, do Ministério da Saúde, tenham uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). A atuação desta equipe é para efetivar as doações de órgãos e tecidos. Dentre as suas atribuições estão promover o acolhimento das famílias doadoras, viabilizar a realização dos diagnósticos de morte encefálica; identificar os potenciais doadores; incentivar programas de qualidade e boas práticas relativas às doações e aos transplantes de órgãos, tecidos, células ou partes do corpo.

No Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU)  a CIHDOTT foi constituída em 2014 e já possibilitou o transplante de 870 pessoas que aguardavam na fila de espera por um órgão ou tecido.

Para que mais pacientes possam ser beneficiados as famílias precisam dizer sim a doação. Débora Cruvinel Ferreira , 22 anos, que era portadora de doença renal crônica  recebeu este sim de uma família. Ela conta que a atitude de pessoas corajosas que, no momento de dor, tiveram empatia por alguém que não conheciam, salvou a sua vida. “São pessoas extraordinárias, com corações gigantescos, verdadeiros super–heróis”, ressalta.

A equipe da CIHDOTT destaca que a falta de informação pode ser um  obstáculo para salvar vidas. Conheça alguns mitos sobre o tema:

1) Se a equipe médica souber que o paciente é doador de órgãos não vai se esforçar para salvá-lo?

Se uma pessoa está doente ou ferida e foi admitida no hospital, a prioridade é salvar a vida. A doação de órgãos somente será considerada após constatação da morte e com o consentimento da família.

2) Quando se espera um transplante, a condição financeira ou status é tão importante quanto a condição médica?

Quando o paciente está inscrito em  lista de espera por uma doação de órgão, o que realmente conta é a gravidade da doença, tempo de espera, tipo de sangue e outras informações médicas importantes.

3) É necessário um documento ou registro expressando vontade de ser doador?

Não é preciso qualquer documento ou registro. Apenas a família do paciente pode autorizar a doação. Por isso, a importância de informar os familiares sobre a vontade de ser doador.

4) Somente corações, fígados e rins podem ser transplantados?

Podem ser transplantados coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e intestinos. Tecidos que podem ser doados incluem: córneas, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões.

5) O histórico médico acusa que  órgãos ou tecidos estão impossibilitados para a doação?

Após a morte do paciente, médicos especializados farão uma revisão do histórico médico para determinar se ele pode ou não ser um doador. Com os recentes avanços na área de transplantes, muito mais pessoas podem ser doadoras.

6) Existe uma idade limite  para ser um doador?

Pessoas de todas as idades e históricos médicos podem ser consideradas potenciais  doadoras. A condição médica, no momento da morte, determinará quais órgãos e tecidos poderão ser doados.

7) A doação dos órgãos desfigura o corpo e altera a aparência?

Os órgãos doados são removidos cirurgicamente, num procedimento de rotina, similar a uma cirurgia de vesícula biliar ou remoção de apêndice. Não alterando a aparência do corpo.

8) Alguma religião proíbe a doação de órgãos?

Todas as organizações religiosas aprovam a doação de órgãos e tecidos.

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