Pela primeira vez desde o início da pandemia, cientistas brasileiros comprovaram infecção simultânea por duas variantes do coronavírus. Foi feito sequenciamento genético dos vírus presentes em 92 pacientes de covid-19. Em duas mulheres na faixa dos 30 anos, foram encontradas duas linhagens diferentes, presentes de forma simultânea.

O grande risco da coinfecção é a recombinação dos genomas das duas linhagens presentes no organismo, o que poderia gerar novas variantes. E elas poderiam ser mais agressivas ou transmissíveis.

O estudo é assinado por pesquisadores do Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, e por especialistas em biotecnologia do Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis, no Rio.

As duas pacientes citadas apresentaram sintomas leves de covid-19 e Não chegaram a ser internadas.

Segundo os cientistas, quanto mais o vírus circula de forma descontrolada, como hoje no Brasil, maior a chance da coinfecção e do surgimento de novas variantes. O perigo é apontado em novo estudo, publicado na semana passada na revista Virus Research.

Em um dos casos, havia duas variantes que circulam no Brasil desde o começo da pandemia. No segundo, no entanto, além de uma forma mais antiga do vírus, aparece também a P2. Ela foi identificada pela primeira vez no Rio. É potencialmente mais transmissível.

Outra preocupação seria o surgimento de novas variantes capazes de driblar as atuais vacinas. Mas isso não é razão para ninguém deixar de se imunizar, argumenta o pesquisador. “Não podemos dizer que as vacinas disponíveis não devem ser tomadas ou que não devemos confiar nelas”, frisou Spilki. “Muito pelo contrário: a vacinação em massa é fundamental, e quanto mais rapidamente acontecer, menor a chance do surgimento dessas novas variantes.”

Fonte: Estadão

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