A população de Suzano, a 57 quilômetros de São Paulo, amanheceu nesta quinta-feira, 14, um dia após o massacre em Suzano, questionando o por quê do ataque na Escola Estadual Professor Raul Brasil. Dez pessoas foram mortas e há 11 feridos. A quinta-feira feira será um dia de despedidas. Estão previstos velórios e enterros.
A cidade, com mais de 1,3 milhão de habitantes, se prepara para o luto oficial de três dias e o velório coletivo na Arena Suzano, no Parque Max Feffer. Cinco estudantes foram assassinados: Pablo Henrique Rodrigues, Caio Oliveira, Cleiton Antônio Ribeiro, Samuel Melquíades Silva de Oliveira e João Vítor Ramos Lemos.
Além deles, duas funcionárias da escola: Marilena Ferreira Vieira Umezo – coordenadora, e Eliana Regina de Oliveira Xavier. o tio de um dos responsáveis pelo ataque e duas pessoas que passavam pela rua.
Os atiradores Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, se mataram em seguida.
Também foi assassinado antes da chacina Jorge Antônio Morais – proprietário de uma locadora de veículos próximo à escola, que seria tio de Guilherme.
Luto na Educação – 26 mil alunos sem aulas
Amanhã (15), por orientação da prefeitura, os educadores se reunirão para definir as ações que serão tomadas com os 26 mil alunos das escolas públicas do município. O objetivo é adotar medidas para combater a violência e o assédio moral no esforço de estabelecer a cultura de paz.
(Informações de Agência Brasil)
O Massacre em Suzano
Na manhã desta terça-feira (13), dois rapazes de 17 e 25 anos invadiram a escola estadual Professor Raul Brasil, localizada em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, e abriram fogo contra alunos e funcionários. Dez pessoas foram mortas e outras nove ficaram feridas.
Os assassinos Guilherme Tauci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, se suicidaram após a chegada da Força Tática ao local. Ambos foram identificados por testemunhas como ex-alunos da escola.
No local, a polícia militar encontrou um revólver 38, uma besta (uma arma semelhante a um arco e flecha), coquetéis molotov e uma mala com fios.
Estudantes que presenciaram o ataque ainda alegaram que os criminosos possuíam uma faca e um machado pequeno.
Antes do ataque à escola, o atirador mais novo havia executado o próprio tio. Jorge Antônio Moraes era comerciante e proprietário de uma loja de automóveis, próxima ao local do atentado.
Guilherme Tauci, que havia sido demitido da loja, executou o tio a tiros e roubou o veículo utilizado para chegar ao colérgio.
Dentro da escola, as primeiras vítimas da dupla foram Marilena Ferreira Vieira Umezo, coordenadora pedagógica, e Eliana Regina de Oliveira Xavier, funcionária do colégio.
Em seguida, ambos se dirigiram ao pátio do colégio e iniciaram o ataque aos alunos.
Pablo Henrique Rodrigues, Clayton Antônio Ribeiro, Samuel Melquíade Silva de Oliveira, Douglas Murilo Celestino, Caio Oliveira e uma vítima ainda não identificada morreram no local.
Os corpos dos cinco alunos, das duas funcionárias e dos dois assassinos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal de Suzano e de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
Os alunos Anderson Carrilho de Brito, Guilherme Ramos, Adna Bezerra, Beatriz Gonçalvez, Jennifer Silva Cavalcanti, Leonardo Vinícius santana, Letícia Melo Nunes, Murilo Gomes Louro Benite, Samuel Silva Felix e outros dois alunos, que não tiveram os noves revelados, ficaram feridos.
Os onze alunos foram encaminhados para o Hospital Santa Maria, em Suzano, onde receberam os primeiros socorros.
Alguns foram transferidos posteriormente para outras unidades para que fossem feitas intervenções cirúrgicas e outros atendimentos. Quatro foram levados ao Hospital das Clínicas, na capital paulista.
O estado de saúde dos estudantes feridos ainda não foi divulgado.
O atentado foi abreviado pela chegada da Força Tática da Polícia Militar, que estava na região atendendo o chamado de tiros na loja de veículos de Jorge Antônio. Até então, o ocorrido era considerado um caso isolado de latrocínio, ou seja, uma tentativa de roubo seguida de morte.
Após os primeiros disparos na escola Raul Brasil, o tempo de resposta da PM foi de pouco mais de oito minutos. Ao perceber a chegada dos oficiais, os atiradores se suicidaram.
Em meio à ação, alunos conseguiram fugir pulando o muro ou arrombando o portão da escola.
Outros ainda se esconderam na despensa da cantina do colégio. Vinte e cinco deles tiveram suas vidas salvas pela merendeira Silmara Cristina Silva de Moares, de 54 anos, que abrigou estudantes em sua casa até que a polícia interviesse.
Ainda não se sabe o motivo do ataque.
(SBT)