(Imagem: Divulgação)

Uma falha de segurança em uma das principais redes sociais do mundo todo, o Instagram, que caberia ser descoberta por um desenvolvedor com anos de experiência ou na pior das hipóteses, após o sistema ter sido invadido por um hacker, foi detectada por um menino de apenas 14 anos de idade.

Natural de Nova Lima (MG), Andrés Alonso Bie Perez estuda programação desde os 12 anos e já pode ser considerado um “hacker do bem”. Como recompensa após ter avisado a equipe de segurança do Facebook, empresa-mãe da rede social, sobre a falha de segurança, o estudante recebeu um prêmio de US$ 25 mil, o equivalente a aproximadamente R$ 143,8 mil.

O bug, segundo Alonso, ocorria durante o compartilhamento de links de filtros que podem ser aplicados nos “Stories” do Instagram. No código da plataforma, havia um problema de “injeção de código”, quando é possível escrever novas linhas no código da rede social e, por exemplo, conseguir acesso à conta dos usuários que compartilharem o link do filtro.

O adolescente que estuda e desenvolve por conta própria projetos de tecnologia, alguns inclusive ganharam destaque em nível universitário, se matriculou também quando tinha 13 anos, em um curso de programação na SuperGeeks, escola de programação e robótica para crianças e adolescentes do país. Ele também já foi selecionado e convidado pela instituição para participar da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI), sendo premiado no ano passado em 7º Lugar na modalidade Programação Nível Júnior, com nota de 383. Além do curso de programação, ele fez design gráfico aos 9 anos e hoje conhece linguagens de programação para sites e aplicativos e já sabe com que quer trabalhar no futuro, ele pretende aprofundar os conhecimentos em segurança digital.

“O Alonso é um exemplo para nós que lutamos para que o ensino de Ciência da Computação seja inserido cada vez mais cedo na vida das pessoas. O conhecimento e aprendizado em tecnologia se faz necessário não só para quem, assim como ele, quer um dia trabalhar na área de tecnologia, como também para quem quer atuar em outras profissões como medicina, biologia, segurança e administração, que também dependerão cada vez mais da tecnologia”, explica Marco Giroto, fundador da SuperGeeks.

Muitos países de primeiro mundo estão mudando suas leis para que ciência da computação seja inserida na grade curricular, como matéria obrigatória, das escolas. No Brasil mais recentemente com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a cultura digital foi reconhecida como uma competência que deve ser dominada.

Além de desenvolver diversas competências e habilidades (Soft Skills) ao aluno, como raciocínio lógico, criatividade, resolução de problemas, pensamento crítico e sistêmico, foco, concentração, inglês, entre outros, a disciplina é imprescindível para a formação dos profissionais do futuro. Isso porque pelo menos 90% das profissões dependerão de bons conhecimentos em ciência da computação. Muitos empregos, inclusive, deixarão de existir e serão substituídos por máquinas.

Segundo dados publicados pela Foundation for Young Australians (FYA), 60% dos jovens estão buscando profissões que serão tomadas por robôs dentro de 10 a 15 anos. Ainda de acordo com o relatório, esses empregos terão robôs em mais de ⅔ das tarefas, o que pode deixar pelo menos 66% desses profissionais desempregados, caso eles não se renovem.

Estudo inédito feito com dados pelo Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB) mostrou que máquinas movidas por tecnologia de inteligência artificial, por exemplo devem, seguir substituindo postos de trabalho. Segundo a pesquisa, até 2026, 54% dos empregos formais do país poderão ser ocupados por robôs e programas de computador. A porcentagem representa cerca de 30 milhões de vagas. O trabalho, desenvolvido ao longo de 2018, avaliou uma lista de 2.602 profissões brasileiras.

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