O Hospital do Câncer de Uberlândia encontrou um método para descontrair e humanizar o tratamento de crianças: máscaras termoplásticas utilizadas no tratamento de cânceres na região da cabeça e do pescoço são pintadas e customizadas com as imagens de super-heróis para encorajar os pequenos neste momento difícil.
Esta máscara precisa ser utilizada pelos pacientes durante as sessões de tratamento como forma de imobilização para garantir que outros órgãos do corpo não sejam afetados. A ideia ficou conhecida no mundo todo e há três anos, foi implantada no Hospital do Câncer, beneficiando um total de 23 crianças.
“Conversando com outros colegas de serviços em São Paulo, soube que eles faziam essa customização. Então, me veio a ideia de colocar isso aqui pra perceber se isso realmente facilitaria no tratamento das crianças. Eles compraram a ideia e percebi que a recepção disso, por parte das crianças, foi extremamente positiva”, disse a radioterapeuta Cláudia Tavares.
Leonardo Almeida, coordenador pedagógico do Hospital do Câncer, afirmou que o grande objetivo das pinturas é justamente humanizar o tratamento da doença entre as crianças.
“Esse é o nosso objetivo: humanizar os procedimentos, humanizar o tratamento e promover qualidade de vida pra esse paciente em todo o período que precisarem fazer o tratamento”, comentou.
A artista plástica Maria Clara Souto é a responsável por fazer a pintura de cada máscara usada no Hospital do Câncer e as crianças também podem contribuir com o processo de criação. E revelou sua satisfação em fazer parte deste projeto.
“É muito bonito, por que acredito na arte pra transformação. E essas máscaras têm trazido uma resposta muito boa na questão artística. Um pinguinho de tinta sobre uma máscara termoplástica pra um trabalho de quimioterapia é transformador”, afirmou.
Um dos pacientes beneficiados com o projeto é o pequeno Carlos, de oito anos, que foi diagnosticado com câncer há 10 meses. E sua mãe garante que ele gosta tanto de sua máscara que chegou a levá-la para casa.
“Ajuda muito, ele adora essa máscara. Quando ele foi fazer, ele ficou preocupado. Ele pensou ‘mãe, vou ter de deixar aqui?’, por que todo mundo deixou. Mas ele pode levar pra casa, e pra ele foi uma festa”, disse Márcia Severino, mãe de Carlos.
Informações: Marina Caixeta