Com a aproximação do inverno no país, os produtores rurais de Uberlândia começam a sentir os efeitos da mudança no clima. Hortaliças e frutas não se desenvolvem de forma ideal, o que acaba encarecendo seus preços.

Dentro do Ceasa de Uberlândia, o orientador de mercado Éder Júlio de Jesus afirmou que os preços da couve-flor, batata lisa, cenoura, cebola tiveram aumento. O mesmo ocorreu com o tomate, que é uma das hortaliças que mais sofrem nesta época do ano.

“No caso, por exemplo, do tomate, que é uma hortaliça-fruto, com essas noites frias que a gente tem verificado na nossa região, você não consegue manter a granação dele. O produto não se desenvolve, fica com o desenvolvimento comprometido e ele não amadurece ao ponto de colher e fazer uma oferta regular aqui no mercado”, disse.

E os próprios produtores de tomate afirmam essa dificuldade. Wilton Pereira disse que o preço varia bastante e que por conta disso, precisou reduzir a produção.

“Pra produzir o tomate, tá ficando mais caro que a venda. Por exemplo, um dia a caixa de tomate tá 100 reais, outro dia tá 50, tá de 30. Não tem aquela média, então, a dificuldade é grande, o custo-benefício ficou muito difícil pra nós. Eu plantava, pelo menos, 15, 20 mil pés de tomate, hoje eu planto só cinco”, explicou.

Já no caso da batata, o saco está custando em torno de 230 reais. O comerciante Daniel Silva explicou que justamente a mudança clima resultou no aumento do preço, já que a hortaliça produzida na região também não mantém a mesma qualidade e desta forma, é preciso importá-la do estado do Paraná, o que resulta em seu encarecimento.

“É o clima, o frio, não ajuda muito. Aí a batata vem mais miúda, não cresce. A do Paraná vem mais graúda, branquinha, com mais qualidade”, disse.

Apesar do problema, Éder Júlio lembra que o consumidor não deixa de comprar esses produtos, apesar da quantidade reduzida.

“Ele (consumidor) não deixa de levar o produto, mas ele reduz a compra. E isso acaba repercutindo aqui (Ceasa), por que, às vezes, sobra mercadoria também. E aí o produtor fica na mão, por que como o produto não desova nas bancas, também prejudica o coitado do produtor”, disse.

Informações: Rodrigo Silva

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