A professora aposentada Elizet Prudente Eurides, de 65 anos, e a pedagoga Raquel Alves, de 41 anos, são exemplos de quem enfrenta o câncer olhando o lado bom da vida, por mais que pareça impossível. Elas resolveram contar histórias de superação. Juntamente com a fotógrafa Roberta Cauhy, de 30 anos, elas decidiram ter em comum muito mais do que a doença – transformar toda a experiência, desde a descoberta do câncer, em um livro.
Intitulado “De Mãos Dadas: histórias reais de mulheres com câncer”, o livro reúne 25 personagens, entre pacientes, médicos, jornalista, entre outros. A ideia surgiu a partir do encontro das autoras durante o tratamento.
Raquel tinha uma filha de três anos e outra de sete meses quando descobriu o câncer de mama em 2015. Pra ela foi um choque, pois o tumor estava avançado com metástase em vários órgãos e na coluna. Ela sempre foi otimista e tinhas duas razões a mais em casa para lutar contra a doença. Ela ainda não está curada, faz acompanhamento de 20 em 20 dias no hospital.
Então ela conheceu Elizet e outras 23 pacientes do Centro Oncológico do Triângulo – COT – e se uniram em prol de um objetivo comum: compartilhar suas experiências e aflições, transformando suas vivências em histórias inspiradoras. Então produziram um livro com relatos que podem fazer a diferença para pessoas que enfrentam o câncer.
Entre os questionamentos mais comuns entre as pessoas que descobrem serem vítimas da doença são: “Por que aconteceu comigo? Será que vou sobreviver? Como dar essa notícia à família?” Essas foram algumas das perguntas que vieram à mente dessas mulheres e elas são traduzidas em 117 páginas de narrativas que conseguiram traduzir por meio de textos suas vivências e sentimentos desde que receberam o diagnóstico e como encararam o dia a dia do tratamento.
Essas mulheres fazem parte de uma triste estatística. De acordo com a organização mundial de saúde, mais de 14 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer todos os anos. E para 2018 a previsão é de 600 mil novos casos da doença.
Os números são do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que publicou recentemente um estudo com os dez tipos mais comuns. Entre as mulheres, o câncer de mama aparece como o segundo tipo mais incidente, depois do câncer de pele não melanoma, com estimativa de surgimento de 59.700 mil novos casos.
Ainda neste estudo, Minas Gerais aparece como o terceiro Estado com maior incidência de câncer de mama, com uma projeção de 5.360 diagnósticos pela doença.
O INCA aponta ainda que 80% a 90% dos casos de câncer estão relacionados a fatores de risco externos, como sedentarismo, tabagismo, excesso do consumo de bebidas alcoólicas e má alimentação.
Apesar dos números que assustam, as autoras aconselham as vítimas a olhar com esperança para o futuro.