A exposição A Vastidão dos Mapas será aberta em Uberlândia, em 15 de junho (sexta-feira), no Museu Universitário de Arte – MUnA, apresentada pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet e com curadoria de Agnaldo Farias. A mostra traz um conjunto de mapas originais dos séculos XVI ao XVIII do núcleo de cartografia da Coleção Santander Brasil, num diálogo instigante com obras contemporâneas que se relacionam com questões como o mapeamento do espaço, das fronteiras, dos deslocamentos e fluxos territoriais, econômicos, culturais e subjetivos. A exposição tem entrada gratuita e estará aberta à visitação até o dia 15 de setembro, após esse período, embarcará para Uberlândia (MG).
São 20 artistas convidados como Adolfo Montejo Navas, Angelo Venosa, Anna Bella Geiger, Chang Chi Chai, Cristina Barroso, Feco Hamburger, Fernando Zarif, Guga Szabzon, Humberto Guimarães, Júlio Villani, Lina Kim, Luiz Sôlha, Manoel Veiga, Marcelo Brodsky, Marcius Galan, Nelson Leirner, Rafael Assef, Rodrigo Torres, Sylvia Amelia e Vik Muniz
A mostra apresenta mais de 50 obras, sendo 10 mapas pertencentes à Coleção Santander Brasil, correspondentes aos artistas Arnoldus Montanus, Giacomo Gastaldi, Henricus Hondius, Jodocus Hondius, Joan Blaeu, Johannes Covens, Cornelis Mortier e Justus Danckerts.
A exposição ressalta o valor desse conjunto único da cartografia que integra a coleção, ao mesmo tempo em que revela um olhar em sintonia com o contemporâneo. A cartografia dos séculos XVI a XVIII teve um papel fundamental para o conhecimento e domínio do território, bem como para difundir a imagem do Novo Mundo por toda a Europa. Hoje, é a arte contemporânea que dissemina, de modo poético e crítico, múltiplas ideias, visões e interpretações sobre o nosso país e nosso tempo.
Segundo Marcos Madureira, vice-presidente executivo de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander Brasil: “propiciar renovadas possibilidades de leitura do acervo de arte do Santander e apresentar o que de mais novo tem se produzido na arte contemporânea brasileira é um dos nossos objetivos. Acreditamos que é na interação com as pessoas que se forma e se ativa o significado da arte”.
Para o curador Agnaldo Farias: “o conjunto de mapas da Coleção Santander Brasil são verdadeiras preciosidades, sendo o recorte composto por antigos mapas do Brasil, do continente americano, das suas linhas de tangência, que mostram as bordas visíveis de vastas extensões de terra em cujo interior vêm assinaladas as assim chamadas terras não descobertas, terras de sonhos, de toda sorte de projeções e fantasias por parte dos que se punham a descobri-las. Partindo desse núcleo fundado parte na realidade, parte na imaginação, a exposição espraia-se por uma surpreendente gama de especulações dos artistas sobre o tema. O conjunto desses trabalhos oferece ao público um outro mapeamento, o da maleabilidade da linguagem.”
AGNALDO FARIAS
É professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, crítico de arte e curador. Atualmente é consultor do Instituto Tomie Ohtake (SP) e curador do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Foi um dos curadores da 11ª Bienal de Cuenca, Equador, em 2011, e dividiu, com Moacir dos Anjos, a curadoria geral da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010.