A Prefeitura de Uberlândia, por meio do Centro de Controle de Zoonose (CCZ), finalizou o último Levantamento de Índice Rápido doAedes aegypti (LIRAa) de 2017. O levantamento mostrou que 1,1% das casas pesquisadas têm focos de reprodução do vetor da dengue, zíka vírus e chikungunya. Os 160 agentes do CCZ visitaram todos os bairros de Uberlândia, inclusive os distritos, entre os dias 3 e 6 de setembro. Ao todo, foram vistoriados 11.755 imóveis.
No mesmo período de 2016, o índice era de 2,1%. Essa retração de um ponto percentual comprova a efetividade das ações que vem sendo desenvolvidas pelo Programa de Controle da Dengue em parceria com diversas secretarias municipais.
Para o coordenador do Programa Municipal de Ações para o Controle do Aedes, José Humberto Arruda, o número é considerado positivo e próximo do controle, porém, reforça que a sociedade precisa continuar em alerta e ajudando a combater o mosquito transmissor mesmo nos períodos de seca. “Novamente os criadouros estão dentro das casas dos moradores. A pesquisa apontou que, basicamente, os focos de criação do mosquito estão dentro dos domicílios e com água que veio da torneira, e não das chuvas”, explicou o coordenador.
Pesquisa de infestação
A pesquisa para o últimoLevantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa)aconteceu durante quatro dias e os agentes percorreram todos os bairros de Uberlândia, além dos distritos de Cruzeiro dos Peixotos, Martinésia e Miraporanga.
Novamente, os principais focos estavam nos domicílios. Dos criadouros encontrados nas residências, 92% estavam nos quintais e corredores e 8% no interior das casas (salas, cozinhas e banheiros).
Os agentes também detectaram quais são os principais depósitos encontrados de criadouros do Aedes aegypti. De acordo com a pesquisa, em 12,8% dos domicílios foram encontrados focos nos vasos sanitários. Também foram encontrados em vasos de plantas (11,5%), pratos de plantas (8,3%), ralos (8,3%) e vasilhas plásticas (7,7%).
Segundo o coordenador do Programa de Controle da Dengue,com exceção das vasilhas plásticas, que muitas vezes são recipientes de uso doméstico lançados no quintal, os demais reservatórios que estão entre os cinco que se destacaram são todos criadouros alimentados por água de torneira pelo próprio morador. “Nossa preocupação aumenta porque percebemos que são criadouros intradomiciliar que mantiveram a presença do mosquito mesmo com a ausência de chuva por mais de 120 dias. Quando as águas retornarem de vez, esses mosquitos mantidos nos domicílios juntamente com os ovos que persistiram viáveis em depósitos não removidos farão rapidamente a infestação em âmbito maior e mais perigoso”, alertou Arruda.
Com o diagnóstico, a equipe técnica do Programa Municipal de Ações para o Controle do Aedes poderá direcionar de forma precisa as ações para o combate ao transmissor no município. “De acordo com os índices, vamos nortear e intensificar as ações conforme o que foi levantado. O planejamento inclui a realização de mutirões e ações junto à comunidade, como reuniões nas associações de moradores de bairros e atividades nas escolas, bem como o fortalecimento da parceira com os agentes comunitários de saúde da atenção primária”, projetou Arruda.
Queda nas doenças e ações do CCZ
As ações desenvolvidas pelo Programa de Controle da Dengue e por outras secretarias municipais desde o início do ano contribuíram para a queda nas doenças transmitidas pelo mosquito. Nos primeiros seis meses do ano, o CCZ registrou uma redução de 82% nos casos das doenças transmitidas pelo Aedes (dengue, chikungunya e zika vírus). No mesmo período em 2016, eram 9.249 casos confirmados das doenças. Já em 2017, o município registrou 1.645 casos.
Além do trabalho diário de eliminação de focos pelos agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), um dos trabalhos que contribuíram para a queda foi a retomada da ação de bloqueio, logo em janeiro. As ações de bloqueio são realizadas em bairros que tiveram casos suspeitos das doenças transmitidas pelo Aedes, conforme explicou o coordenador.
Ainda em janeiro, o CCZ reestruturou o trabalho em pontos estratégicos, como visitas quinzenais aos ferros-velhos, e a coleta de pneus nas borracharias da cidade. Além disso, realizou o descarte ambientalmente correto de 43 mil pneus que estavam depositados de forma inadequada no Ecoponto do Distrito Industrial. Com o trabalho permanente, no final de junho o CCZ contabilizou 120 mil pneus recolhidos nas mais de 600 borracharias cadastradas pela secretaria de saúde.
Também foram intensificadas as visitas nos imóveis fechados para aluguel ou venda, após uma parceria com as imobiliarias do município, e o acompanhamento e inserção do peixe lebiste, que é a melhor solução para eliminação das larvas do Aedes nos locais que não podem ser tratados com larvicidas, como piscinas, fontes, tanques de decantação e outros.
A redução nos casos, conforme explicou Arruda, é reflexo do envolvimento de todos. “Além do trabalho do CCZ, tivemos apoio de empresas, associação de moradores, instituições diversas, da população em geral, bem como da participação efetiva da Atenção Primária, com os agentes comunitários de saúde. Precisamos continuar com essa conscientização para evitarmos novos casos”.
“24h contra o mosquito”
Para reforçar o trabalho, bem como conscientizar a população sobre os cuidados e prevenção, a Prefeitura de Uberlândia lançou a campanha de mobilização de combate ao mosquito Aedes aegypti: “24h contra o mosquito – Um minuto de descuido pode ser fatal”. A campanha busca mobilizar a sociedade para que todos abracem esta causa e sejam agentes multiplicadores das ações.
Além disso, as secretarias municipais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico, Obras e o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) se uniram e realizaram diariamente o trabalho de limpeza de vários pontos, com recolhimento de entulhos e roçagem e capina de lotes vagos abertos. Desde o início dos trabalhos em janeiro já foram retiradas 99,5 mil toneladas de material em toda cidade.
O trabalho é de extrema importância para o combate do mosquito, uma vez que os materiais descartados podem servir de criadouros. Só em setembro, foram recolhidas diariamente 829 toneladas de entulhos, o que representa um acumulado mensal de 9.855 toneladas de objetos que podem servir de criadouros do mosquito.
Mais informações!
LIRAa – outubro 2017
Imóveis visitados – 11.755
Bairros com maiores índices –
– Jardim Inconfidência – 5,3%
– Vigilato Pereira – 4,6%
– Carajás – 4,4%
– Lídice – 3,8%
– Dona Zulmira – 2,9%
Bairros de grande porte
– Shopping Park – 2,6%
– Jardim das Palmeiras – 1,8%
– Osvaldo Resende – 1,6%
– Planalto – 1,4%
– Tibery – 1%
Depósitos predominantes (5 maiores)
– Vaso sanitário – 12,8%
– Vaso de planta – 11,5%
– Prato de planta – 8,3%
– Ralo – 8,3%
– Vasilha plástica – 7,7%
Prefeitura de Uberlândia