Se a quarentena para prevenção ao coronavírus paralisou grande parte das atividades nos centros urbanos, no meio rural a rotina continua a todo vapor. Agricultores mineiros seguem firmes com a produção agropecuária, garantindo que os alimentos cheguem à mesa do consumidor.

A atividade é monitorada continuamente pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Em Novo Cruzeiro, município do Jequitinhonha, agricultores continuam levantando cedo para trabalhar no cultivo de hortaliças que abastecem vários supermercados da região. O setor foi responsável pela produção de mais de 1 milhão de toneladas de alimentos em todo estado em 2017, de acordo com o IBGE.

Ricardo Pereira de Oliveira, associado da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Novo Cruzeiro (Coopernovo), explica que a única mudança percebida até o momento foi nos cuidados com a higiene, que precisaram ser reforçados. “Nós produzimos batata, feijão, folhosas e cheiro verde. Atendemos aos supermercados que não pararam de vender por causa do coronavírus. Só estamos mais rigorosos com a higiene, para não trazermos a doença da cidade para nossas casas. No mais, a labuta é a mesma”, destaca.

Com as chuvas recentes que favoreceram as plantações, ele afirma que a produtividade das hortas aumentou ainda mais. “A demanda não caiu e continuamos na ativa. Hoje mesmo saí para uma entrega de taioba, cheiro verde, alface, feijão e rúcula”, relata.

Minas Gerais deve produzir, neste ano, 495 mil toneladas de feijão, em uma área plantada de mais de 300 mil hectares, segundo dados do IBGE. O número coloca o estado como segundo maior produtor do grão no país, ficando atrás apenas do Paraná.

Expansão

No caso do avicultor Rodrigo Ramos das Neves, dono de uma granja que produz ovos orgânicos em Delfim Moreira, no Sul de Minas, a demanda dos clientes acabou sendo potencializada com o início da quarentena. “Nossa rotina não mudou nada, mas os pedidos da rede de supermercados que atendemos saltou de 3 mil ovos por semana para 7 mil. Dos cinco clientes que temos, só conseguimos atender a dois nesta semana”, conta o avicultor.

Minas Gerais produziu, apenas em 2019, 358 mil dúzias de ovos de galinha. Do total, quase 90% foram destinados ao consumo e cerca de 10% foram para incubação, segundo levantamentos do IBGE.

Continuidade 

É muito importante que as atividades agropecuárias em Minas continuem, para que o abastecimento alimentar permaneça garantido, como afirma o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Seapa, João Ricardo Albanez. “O comitê extraordinário Covid-19 deliberou que o ritmo de trabalho desses setores deve se manter na perspectiva de assegurar o abastecimento alimentar em nosso estado”, explica.

Agência Minas

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