Desde as 22h do último dia 27 de junho, a Polícia Federal suspendeu a emissão de passaportes em todo o país. A razão é que o orçamento do órgão é insuficiente e atingiu o limite de gastos previstos na Lei Orçamentária da União. A decisão frustrou os planos de muitos cidadãos de Uberlândia que planejavam viajar para o exterior em breve.
Um deles é o adolescente Fernando Vital Filho, de 14 anos. Ele venceu, no último mês de maio, o Campeonato Brasileiro de Karatê, que aconteceu em Santa Catarina. Assim, ele ganhou o direito de representar o Brasil no Campeonato Mundial da modalidade, que acontece em setembro, no Canadá. Mas por conta da suspensão, ainda não conseguiu retirar seu passaporte.
“A gente fica bem angustiado. É um sonho meu desde pequeno, sempre quis representar meu país e minha cidade, é uma oportunidade que estou tendo agora, de disputar o mundial lá no Canadá”, disse o jovem.
Acompanhado do pai, Fernando foi até o horário agendado na Unidade de Atendimento Integrado (UAI), onde são feitos os pedidos na cidade. Mesmo com o pagamento das guias e todos os documentos em mãos, o jovem ainda não tem previsão de quando conseguirá retirar o passaporte.
“Todo o planejamento que a gente faz pode se tornar inviável por essa ação, então eu e meu filho estamos bastante apreensivos, por que a gente não sabe como vai ser o desfecho disso”, disse Fernando Vital, pai do jovem.
Rogério Sartori, agente da Polícia Federal, explicou que está garantido o passaporte para quem fez a solicitação antes do dia 27 de junho.
“Aquelas pessoas que completaram todo o trâmite burocrático, os (seus) passaportes serão recebidos no prazo oficial. As pessoas que estão com agendamento já, independente de ter realizado no período anterior ao dia 27, mas que não completaram os trâmites burocráticos, essas estão com a emissão do passaporte suspenso”, afirmou.
O agendamento online do serviço e o atendimento para quem fez a solicitação continuam funcionando normalmente, mas não há mais uma previsão de entrega do passaporte.
Questionamentos sobre a taxa de pagamento
Um questionamento levantado por algumas pessoas após a suspensão tem relação com a taxa de pagamento. Rogério Sartori explicou que o dinheiro não vai diretamente para a Polícia Federal.
“Esse dinheiro não vem para a Polícia Federal. Ele cai em um fundo, que é uma GRU (Guia de Recolhimento da União)”, disse.
Informações no local: Camila Rabelo