A Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea terminou na última semana, mas a boa vontade em doar não pode parar. Em Uberlândia, aproximadamente 45 mil pessoas possuem cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), o que corresponde a 1% do número nacional.
A pedadoga Camila Cristina Borges, por exemplo, procurou o Hemocentro de Uberlândia recentemente para também se tornar doadora de medula óssea, pois ela também já é doadora de sangue, pois sabe que a atitude pode salvar a vida de alguém.
“Não tem muito doador e muitas pessoas morrem por falta de doações. Muita criança tem morrido nas filas de hospitais esperando e isso é uma esperança a mais pra família”, disse.
Em torno de 200 a 300 novas pessoas na região do Triângulo Mineiro realizam o cadastro no Redome a cada mês. E Paulo Henrique Paiva, diretor do hemocentro, lembra que a boa ação pode ajudar até mesmo pessoas que moram fora do país.
“Existe uma estimativa que no Brasil todo, em torno de mil pessoas estejam aguardando um doador de medula. E você se cadastrar não quer dizer que você vai atender aos pacientes da região, vai atender a qualquer paciente, em qualquer região do Brasil. E o banco brasileiro está interligado aos bancos internacionais também. A gente pode ajudar pessoas no mundo todo, na verdade”, explicou.
Durante a semana de mobilização, o Redome pediu aos doadores que medula que mantenham seus cadastros atualizados. Paiva lembra que o chamado para a doação pode levar anos para acontecer.
“A qualquer momento, ele (o doador) pode ser chamado. Ele pode ser chamado no mês seguinte ou até 10 anos depois. Caso o tempo vá passando e ele se esqueça que é um doador de medula óssea e não atualize seus dados e a gente venha precisa desse doador, nós não conseguiremos achá-lo se tiver mudado de endereço, telefone, etc”, disse.
Uma das pessoas que precisa de uma doação de medula óssea é Franciele Gomes Pelegrine, que gravou um vídeo para conscientizar a população sobre a importância de se tornar um doador de medula óssea. Você pode assisti-lo na reportagem no final do texto.
Nova ala para transplantes de medula no Hospital do Câncer
Para poder atender a demanda na região, o Hospital do Câncer de Uberlândia construiu o Centro de Transplante de Medula Óssea. A estrutura já está pronta e faltam apenas alguns trâmites burocráticos para que o local possa iniciar as operações. A inauguração deve ocorrer até o final de 2019 e deve atender 120 pacientes por ano.
“Isso se faz necessário nos centros de tratamento de câncer pela evolução que os tratamentos têm acontecido. Hoje, a demanda por tratar o câncer hemopoiético, ou seja, os linfomas e as leucemias, passa quase sempre pelo transplante de medula óssea. E isso oferece ao paciente as chances curativas de doenças que eram até poucas décadas atrás, eram consideradas incuráveis”, disse Eurípedes Barra, diretor do Hospital do Câncer.
Informações: Marina Caixeta