Mais de 60% dos casos confirmados de coronavírus em Minas estão concentrados em apenas sete cidades. De acordo com os dados mais recentes da Secretaria de Estado de Saúde, 800 dos 1.283 casos confirmados de covid-19 no estado são de moradores de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberlândia, Nova Lima, Contagem, Divinópolis e Uberaba. As mesmas sete cidades ainda concentram mais de 40% de número de mortes por coronavírus em Minas. Vinte das 47 pessoas que morreram até o momento por covid-19 no estado moravam nesses municípios. É importante ressaltar que estão representadas nesse recorte, de concentração de casos e mortes, quatro regiões diferentes de Minas: Zona da Mata, Triângulo, Centro-Oeste e a região metropolitana.

São cidades que possuem realidades distintas com relação a aspectos importantes de combate à covid-19, como disponibilidade de leitos de UTI e direcionamento da política de isolamento social.

Em Belo Horizonte, que concentra o maior número de casos e mortes – são 478 confirmações e 9 óbitos –, a taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados aos pacientes com coronavírus é de 39%. Já os leitos voltados para os pacientes com diagnósticos de outras doenças têm ocupação de 96%. Por meio de nota, a prefeitura informou que esses dados reforçam a importância da manutenção do isolamento e das medidas de higiene recomendadas e que não há previsão para flexibilizar o isolamento na capital.

Uberlândia, no Triângulo Mineiro, segunda maior cidade do estado, tem 67 casos confirmados e 5 mortes, segundo os dados mais recentes da Secretaria de Estado de Saúde. A taxa de ocupação dos leitos de UTI na cidade já chega a 80%, conforme informações da prefeitura da cidade. Mesmo estando entre as sete cidades com o maior número de casos e mortes por covid-19 em Minas, o executivo municipal definiu pela flexibilização das regras de isolamento. A partir da próxima segunda-feira (27), só ficam proibidos de funcionar na cidade academias, clubes, shopping centers, cinemas, boates, bares e escolas.

Outros tipos de estabelecimentos vão poder reabrir com regras de higiene, exigência de uso de máscara e restrição do número de frequentadores. Alguns comércios poderão funcionar em dias alternados, como lojas de calçados, roupas, móveis e eletrodomésticos. Outros, como call center, construção civil, oficinas e atividades industriais, poderão funcionar todos os dias, seguindo as regras de proteção.

Vizinha de Uberlândia, Uberaba, também no Triângulo, utiliza estratégia diferente. Com menos casos confirmados, menor número de mortes por coronavírus e mais leitos de UTI disponíveis, Uberaba ainda não tem data prevista para flexibilizar o isolamento social na cidade. O município tem 23 casos de covid-19 confirmados e três mortes, segundo dados do estado. Dos 30 leitos de UTI na rede pública exclusivos para pacientes com coronavírus, menos de 10% estão ocupados.

Na região metropolitana, Contagem tem, na conta do estado, 42 casos confirmados e nenhuma morte. Mas, a prefeitura já confirma um óbito, de uma técnica em enfermagem de 53 anos que trabalhava na área da saúde. A taxa de ocupação dos leitos de UTI de Contagem é de 50%, das 14 vagas de terapia intensiva exclusivas para pacientes com covid-19, sete estão ocupadas. Com esse cenário, a prefeitura mantém as medidas de isolamento social, com funcionamento apenas de atividades essenciais, e passou a exigir o uso de máscaras nas ruas.

São apenas alguns exemplos das diferentes diretrizes adotadas pelas cidades mineiras que concentram o maior número de casos e de mortes por coronavírus no estado. O que é comum em todas é a política de testagem dos casos, um mesmo parâmetro para BH, Juiz de Fora, Uberlândia, Nova Lima, Contagem, Divinópolis e Uberaba. Todos os sete municípios testam apenas casos graves de pacientes internados, conforme orientação do Ministério da Saúde.

Itatiaia

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