As mudanças climáticas podem causar o desaparecimento dos ursos-polares até 2100, segundo estudo recente publicado pela revista “Nature Climate Change”. O derretimento mais rápido das calotas de gelo pelo aquecimento global, duas vezes pior no Ártico, faz com que a espécie não possa se alimentar das focas e o tempo de jejum se estenda significativamente.

A emissão de gases que causam o efeito estufa na velocidade atual é o grande vilão para “a queda da reprodução e da sobrevivência colocará em risco a permanência de quase todas as sub-populações até 2100”. A pesquisa estudou o comportamento dos polares entre 1976 e 2016 e pôde concluir que o derretimento do gelo afeta diretamente em sua sobrevivência.

Estimamos o peso máximo e mínimo dos ursos além de seu gasto de energia, então calculamos o número máximo de dias de jejum que um urso polar pode suportar antes que a taxa de sobrevivência de adultos e filhotes comece a declinar (…)  Um macho da subpopulação de Hudson Bay, com peso 20% abaixo do normal no início do jejum, sobreviverá apenas 125 dias em vez de 200 no peso normal, afirmam os pesquisadores.

Sem condições no habitat, os machos teriam de tentar se alimentar de outras coisas e em outros lugares, muitas vezes habitados e perigosos. Já as fêmeas ficam em isolamento em seus abrigos do inverno até a primavera para gerar e cuidar dos filhotes, o que também será impossibilitado caso o gelo derreta.

Apesar de não poder estimar quando exatamente esses animais serão extintos, segundo o estudo, o desaparecimento é certo, podendo levar mais ou menos tempo dependendo da evolução dos fatores climáticos. Hoje há cerca de 25 mil ursos polares que estão divididos por 19 subpopulações distintas no Canadá, no Alasca, na Sibéria, no arquipélago de Svalbard e na Groenlândia.

SBT

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