O uso de narguilé (lê-se nar-GUI-le ou nar-gui-LÊ) e do famoso palheiro estão crescendo em alternativa ao cigarro, especialmente entre um público mais jovem. Mas especialistas garantem que eles são tão piores quanto o fumo regular.
Weniton de Paula Oliveira, mais conhecido como “Gaúcho”, é dono de uma tabacaria no Terminal Central de Uberlândia há 13 anos. Primeiramente, ele lembra que a venda de qualquer tipo de tabaco é proibida para menores de 18 anos. Então, sempre que levanta alguma suspeita, pede a identidade ao cliente.
A respeito do narguilé, ele disse que as versões mais baratas custam de 60 a 120 reais, enquanto que as mais caras podem sair na casa dos 450 reais. Mas o comerciante lembra que ele é muito pior que o cigarro comum.
“Uma puxada de narguilé equivale a 100 cigarros. Por que quando você puxa no narguilé, o teor de fumaça é muito maior do que quando você ta fumando um cigarro. Tem que ter pulmão pra puxar”, disse.
Já sobre o famoso palheiro, Gaúcho afirma que diferente do que muitos pensam, ele vende mais do que o cigarro e que se tornou popular entre pessoas mais jovens.
“De primeira, era só (os mais) velhos que usavam o palheiro. Agora, hoje não. Só moça de 18 anos, esses meninos de faculdade, só (usam) palheiro, ele ta na moda”, explicou.
Os perigos do uso
O médico oncologista Rodolfo Gadia afirmou que diversas pesquisas já comprovaram que o narguilé ou o palheiro são tão prejudiciais quanto o cigarro comum. Mas que parte da população é induzida a pensar o oposto.
“A questão de modificar o uso do tabaco tradicional passa a mensagem que pode ser um pouco menos nocivo pra sempre tentar induzir o jovem, principalmente o adolescente e o adulto jovem universitário”, disse.
Gadia também disse que cada tragada no narguilé possui 20 vezes mais nicotina que um cigarro comum e que seu uso também pode causar outros problemas de saúde.
“Compartilhar a piteira pode causar doenças transmissíveis pela boca: hepatites, tuberculoses, herpes. Fora os riscos da queima do tabaco. É um tabaco diferenciado, que tem essência de frutas, chocolate, menta, que muda o gosto. Mas vem a combustão do carvão, que esquenta o tabaco e solta fumaça. Faz mal ou tão mais mal do que o cigarro”, disse.
Informações: Lourival Santos