Dificuldade para respirar, dores musculares e perda de paladar estão entre os principais sintomas

Um estudo realizado por pesquisadores holandeses aponta que um em cada oito adultos infectados com o vírus Sars-CoV-2 desenvolve sintomas da chamada covid longa. A pesquisa, publicada na  revista científica The Lancet, comparou a frequência dos sintomas em pessoas não infectadas com pacientes que foram diagnosticadas com a doença.

Dos 4.231 voluntários infectados, 21,4% registram ao menos um novo sintoma da covid-19 ou o gravemente aumentado de três a cinco meses após a infecção. Em relação aos participantes não diagnosticados com a doença (8.462), o número ficou em 8,7%.

Os principais sintomas registrados após três meses da contaminação foram dor no peito, dificuldade para respirar, dor ao respirar, dores musculares, perda de paladar ou olfato, formigamento nas mãos ou pés, nódulo na garganta, sensação alternada de frio e calor, braços ou pernas pesados, dor geral e cansaço geral.

Ao mesmo tempo, sintomas como dor de cabeça, coceira nos olhos, tontura, dor nas costas e náuseas não aumentaram significativamente de três a cinco meses após o diagnóstico de covid-19.

“Ao observar os sintomas em um grupo controle não infectado e em indivíduos antes e após a infecção por SARS-CoV-2, conseguimos explicar sintomas que podem ter sido resultado de aspectos de saúde de doenças não infecciosas da pandemia, como o estresse causado por restrições e incertezas”, explica uma das autoras do estudo, Aranka Ballering.

Ela diz ainda que, como a pesquisa foi realizada entre março e agosto de 2021, a maioria dos dados foi coletada antes da implantação da campanha de vacinação na Holanda. Além disso, a variante predominante do Sars-CoV-2 na época era a alfa, o que exclui informações de pacientes contaminados com as cepas delta ou ômicron.

“Pesquisas futuras também devem incluir sintomas de saúde mental, por exemplo, sintomas de depressão e ansiedade, juntamente com sintomas pós-infecciosos adicionais que não pudemos avaliar neste estudo, como confusão mental, insônia e mal-estar pós-esforço”, diz a principal autora do estudo, Judith Rosmalen.

 

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