Por meio de questionário online, FEMAMA ouviu mais de 1.200 mulheres, entre setembro e novembro, e dados revelam dificuldades das mulheres para realização do exame no país

Apesar da importância do diagnóstico precoce para o câncer de mama, realizado por meio de mamografia, um levantamento conduzido pela FEMAMA – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – com 1.264 mulheres, no Brasil todo, aponta que apenas 26% das mulheres no país realizaram mamografia até novembro. Entre as que não possuem plano de saúde, o número cai para 15%.

Considerando as faixas etárias que apresentam risco maior de desenvolver a doença, o resultado ainda é mais alarmante: entre as mulheres de 45 a 55 anos, apenas 33% fizeram o exame no período, enquanto entre participantes a partir de 56 anos o índice é 31%.

A principal justificativa dada por quem não realizou a mamografia foi não ter conseguido atendimento no SUS (25%), medo de contaminação pelo novo coronavírus (24%, sendo que 20% afirmam que pretendem marcar o exame em breve) e medo de encontrar alguma coisa (6%).

“Os dados coletados no levantamento são muito preocupantes e precisam servir como alerta. O diagnóstico precoce do câncer de mama é de extrema importância para que a mulher tenha mais chances de cura, e a demora na realização dos exames de rastreamento pode levar, nos próximos meses, a um aumento no número de casos em estágios mais avançados e de difícil tratamento”, diz Dra. Maira Caleffi, presidente Voluntária da FEMAMA. “Apesar de a pandemia de Covid-19 ainda não ter acabado, é de extrema importância que as mulheres, seguindo os protocolos de segurança, realizem a mamografia”.

Fatores de risco e “As Três Perguntas que Salvam”
A FEMAMA também perguntou às mulheres se elas estão atentas a outros dois cuidados com a saúde que são considerados fatores comportamentais de risco para o câncer de mama. Por isso, a pesquisa, além de questionar se “você já fez sua mamografia esse ano”, também trazia as perguntas: “você tem controlado seu peso?” e “você tem feito atividade física regularmente?”.

De acordo com o INCA, cerca de 13% dos casos da doença em 2020 no Brasil (aproximadamente 8 mil ocorrências) poderiam ter sido evitados pela redução de fatores de risco relacionados ao estilo de vida, em especial, da inatividade física. No entanto, 60% das entrevistadas afirmam não realizar exercícios regularmente.
Entre as que não praticam atividades físicas com frequência, a maioria – 27% – diz não ter tempo em sua rotina, 23% têm preguiça ou não gostam, 11% afirmam já fazer muito trabalho doméstico que equivalem a exercícios e 9% não têm acesso a um local adequado para essa finalidade.

Já em relação ao controle do peso, 64% responderam sim à questão. As mulheres que responderam ‘não’ a essa pergunta afirmam que a ansiedade tem dificultado a regulação de seu peso (30%) e que a pandemia prejudicou esse controle (17%). Não ter acesso a um profissional nutricionista pelo SUS foi citado como justificativa por 14% das mulheres.

A FEMAMA e a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomendam a realização anual da mamografia regular a partir dos 40 anos em mulheres assintomáticas, para aumentar as chances de um diagnóstico precoce e a redução da mortalidade. Já o Ministério da Saúde indica atualmente a realização bianual a partir dos 50 anos, excluindo dos programas de rastreamento a faixa de mulheres entre 40 e 49 anos), responsável por cerca de 15-20% dos casos de câncer.

FSB Comunicação

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