Local é aberto para pessoas interessadas em iniciar pesquisas e realizar visitações agendadas

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) conta com três fazendas experimentais: Água LimpaCapim Branco e Glória, além da Reserva Ecológica do Panga. Diversos cursos, principalmente da área de agrárias e biológicas, inclusive dos campi fora de sede e até de outras instituições, utilizam esses locais como um laboratório ao ar livre para a prática do ensino, pesquisa e extensão. A Fazenda Experimental Água Limpa, que já foi tema de um episódio do “Tour pela UFU” no “canal da UFU” no YouTube, está localizada na rodovia estadual MGC-455 (Uberlândia – MG) em uma área de 62 alqueires.

A fruticultura é o principal ramo da agricultura trabalhado na Fazenda Experimental Água Limpa. Paulo Roberto Bernardes, que atuou como auxiliar no setor de fruticultura no Instituto de Ciências Agrárias (Iciag/UFU) e participou do plantio do mangueiral instalado em 19 de março de 1995, comenta que o objetivo é realizar experimentos com as diferentes variedades. “O objetivo era testar. Era colocar aluno de graduação e pós-graduação para fazer experimentação”, comenta.

Os experimentos na área da fruticultura, principalmente nas análises da produtividade em diferentes solos e regiões, são caracterizados por serem de grande duração. “Uma coisa que tá indo bem aqui, pode não estar indo bem na fazenda do Glória, que é outro tipo de solo”, exemplifica Bernardes. Além disso, as pessoas interessadas em iniciar pesquisas devem se atentar ao tempo necessário para realizá-las. “Quando a gente faz um experimento de longa duração, geralmente colocamos aluno de doutorado ou mestrado; ou quando é um aluno de bacharelado que já tem intenção de continuar o mestrado, porque você começa a colher resultado a partir do quinto ano. Se não, você vai colocar um aluno de graduação e quando ele estiver formando, ainda não terá os resultados”, elucida.

Segundo Bernardes, boa parte da manga que é consumida na Europa e nos Estados Unidos vem do Brasil, e um dos objetivos do plantio é justamente mostrar a capacidade de produção do fruto tropical na região do cerrado. “No acompanhamento você tenta olhar tudo o que pode olhar, no ponto de vista de produtividade ou da eficiência agronômica da espécie. Você pode desenvolver um punhado de pesquisas: pode ver a adaptabilidade, produção, quais são as principais doenças e pragas, resposta à fertilização e adubação, e resposta à irrigação”, reitera.

Em termos de produção frutífera para a UFU e para Minas Gerais, têm-se um polo de citros na região de Frutal, mas nenhum produzindo manga, conforme o ex-funcionário da UFU, que aproveita para complementar o porquê do destaque para a produção de manga: “A importância é abrir um leque para os produtores agrícolas, porque a manga em qualquer situação é uma das frutas mais acessíveis para o consumidor e riquíssima em termos de vitaminas, sais minerais e fibras. Além de que você tem uma fruta que compete do ponto de vista econômico. Ela é uma fruteira de importância econômica e social, mundial”.

O mangueiral, que possui 26 anos, é um dos destaques da Fazenda Experimental Água Limpa da Universidade Federal de Uberlândia com suas diferentes variedades, como Van Dyke, Keity, Kent, Haden, Tomiati e Palmer (Foto: Milton Santos)

A finalidade, após a experimentação e colheita, é a produção de polpa na fábrica da Fazenda Experimental Água Limpa (com capacidade de armazenamento de 120 toneladas), que serve para a comercialização (com valores revertidos para manutenção do local) e alimentação dos funcionários da fazenda, dos restaurantes universitários (RUs) e do Hospital de Clínicas (HC-UFU). “Justamente pelo fato da gente não usar defensivo agrícola, a gente colhe no ponto de verdosa, o ponto que ela não está madura, mas está granada. A gente leva para a estufa e faz o tratamento para ela madurar na estufa, principalmente para não pegar pragas e doenças”, informa Bernardes. Para ver se o fruto está maduro, o especialista recomenda observar o brilho natural da fruta. “Esse negócio de chegar e apalpar para ver está mole você está machucando o fruto, você acaba rompendo toda a linha de fibras e ofendendo o fruto que está verde ainda”, explica.

As fazendas experimentais são abertas para as pessoas interessadas em iniciar pesquisas e realizar visitações agendadas: “Você pode desenvolver muita pesquisa aqui. É aberto para os alunos, inclusive de outras instituições. Tem gente do Instituto Federal [do Triângulo Mineiro] e até de produção de alimentos de fora. Então, é aberto para a comunidade”, finaliza Bernardes. Para isso, é possível entrar em contato com Maurício Martins (mauricio.martins@ufu.br), o diretor da Fazenda Experimental Água Limpa, que atua junto a Francisco Célio de Assis, o auxiliar administrativo responsável pela condução dos trabalhos na fazenda. Assis relembra como foi todo o processo de modernização do local, que atualmente propicia um melhor espaço para as pesquisas científicas e visitações: “As coisas foram melhorando com o projeto da fábrica de suco, a construção de cinco quilômetros de rede trifásica, a compra de implementos agrícolas e a modernização das máquinas. Para o futuro, a gente espera que venha outros projetos para melhorias”, conclui.

Portal Comunica UFU

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