Presente em 99% dos celulares e smartphones do Brasil, de acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, o WhatsApp não é mais um aplicativo de mensagens e relacionamento. A partir de agora, o aplicativo também pode ser uma poderosa solução financeira para empresas e pessoas.

O WhatsApp Pay chegou e, aos poucos, começa a ganhar espaço no mercado nacional. Mas o que isso vai acarretar para setores de soluções financeiras e varejo? Ainda que seja novidade, algumas respostas começam a ser dadas – e todas apontam para a digitalização dos pagamentos e a maior praticidade tanto para quem vende quanto para quem compra.

O WhatsApp Pay começou oficialmente no país em maio de 2021 e tem o mesmo objetivo de outras transferências financeiras, como TED e o PIX: levar dinheiro de uma conta a outra. A diferença é que o aplicativo está atrelado a cartões de débito Visa ou Mastercard. Ou seja, na hora de transferir, a pessoa precisa adicionar dados pessoais e do cartão para confirmar a transação.

O procedimento é bem simples: basta se cadastrar no app, criar um PIN de seis dígitos (ou a biometria) e, depois de colocar os dados financeiros, basta confirmar a verificação via SMS, e-mail ou aplicativo do banco. Além disso, há um limite de R$ 1 mil por operação e de R$ 5 mil mensais, com máximo de 20 transações diárias.

O excesso de regras, contudo, não faz com que seja uma operação complexa. Pelo contrário, é tão simples quanto utilizar o app para conversar. Não à toa, as projeções indicam grande popularização desse meio de pagamento nos próximos meses. Afinal, é uma opção que deixa a transação financeira bem mais barata para as duas partes por não envolver as taxas de cartão de crédito.

Para os varejistas, é uma vantagem e tanto porque aumenta a quantidade de pagamentos à vista e melhora o fluxo de caixa. Muitas lojas que dependem de cartão de crédito precisam antecipar os valores – e essa medida sempre tem custo muito alto. Com o WhatsApp Pay, o dinheiro entra em tempo real e sem descontos.

Outro ponto da ferramenta que precisa ser considerado é a digitalização cada vez maior dos meios de pagamento. Comerciantes que fazem suas transações de forma tradicional (como dinheiro ou no débito) devem abrir espaço cada vez maior para soluções desse tipo. O fluxo de transações que atualmente não são computadas irá aumentar exponencialmente.

A popularidade do WhatsApp também é um capital simbólico importante a ser investido pelas pessoas. Em uma sociedade em que todas as pessoas estão presentes em algum tipo de rede social, esse modelo tende a crescer, e o ponto de venda que não se adaptar e disponibilizar esse recurso ficará para trás.

Não se trata nem de rivalizar com o PIX ou ter que escolher um ou outro. Ainda que ambos os modelos sejam fáceis de usar, eles carregam diferenças importantes. No WhatsApp Pay, o cartão de débito está na retaguarda com as bandeiras Visa e Mastercard, tem um limite de operações e é focado, atualmente, na pessoa física.

O PIX, ferramenta criada pelo Banco Central, já está disseminado em diferentes empresas que o aceitam como importante meio de pagamento e o número de operações pode ser definido pela instituição financeira. Assim, não são concorrentes, mas complementares. O PIX não vai morrer com o surgimento do pagamento via WhatsApp.

A criação do WhatsApp Pay é apenas um conceito de um fenômeno muito maior que envolve a transformação do Facebook de rede social para uma espécie de banco digital. O grupo já demonstra sinais de que caminha nesse sentido, buscando soluções que  agilizam a jornada de seus usuários até mesmo em compras no ambiente offline.

Independentemente dessa movimentação, o usuário quer ter as melhores opções para pagar suas contas, seja no dinheiro vivo ou na transferência via aplicativo de mensagens. No fim, o que vale é a experiência que a pessoa tira da solução – e isso o WhatsApp já mostrou e comprovou com excelência.

Jornal Contábil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *