Cerca de 20 clientes de uma imobiliária, localizada no Centro de Uberlândia, acusam os donos do estabelecimento de aplicar um golpe que pode chegar ao valor total de um milhão de reais.
Os donos do estabelecimento, identificado pelo nome comercial de Vállory Imóveis, não abrem as portas do local e não atendem ao telefone desde a última quinta-feira, 3. Uma das vítimas do golpe foi a secretária Suelma Angélica de Souza, que teve um prejuízo de pouco mais de 80 mil reais.
“Eu fui lesada no valor de 86,5 mil (reais). Simplesmente, a minha audiência com ele (um dos donos da imobiliária) era no dia três de maio, ele não compareceu na audiência, e depois dessa dia, ele não deu nenhuma explicação pra gente. Já levei o caso pro Ministério Público”, disse.
Os 14 funcionários da imobiliária afirmaram que também se sentem enganados pelos donos do estabelecimento e que devem registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) a respeito do caso.
“Éramos 18 pessoas ao total, de funcionários, sendo quatro os dois patrões e os pais (de um) deles, que fugiram e deixaram nós a ver navios. Estamos pra fazer um B.O na Praça Sérgio Pacheco, fomos lesados também”, explicou o funcionário Tiago Fonseca.
Quatro pessoas seriam as donas da imobiliária: o casal Mateus Fernando Moreira e Júlia Paula Monteiro, além de Nilson Tadeu Moreira e Jucimari Correa Rocha Moreira, que são os pais de Mateus. Todos se mudaram de Curitiba para Uberlândia há dois anos e abriram o estabelecimento seis meses depois.
No entanto, de acordo com o presidente do Sindicato da Habitação na região, Ronaldo Arantes, a empresa não consta na lista de associadas. Além disso, Mateus Moreira é considerado foragido da justiça, pois teve um mandado de prisão expedido em seu desfavor pela Vara Criminal de Curitiba em 26 de agosto de 2016.
A promotoria de justiça de Uberlândia afirmou que abrirá um inquérito policial sobre o caso e que uma ação civil pública será ajuizada.
Delegada do Creci comenta o caso
Em entrevista ao vivo para o Chumbo Grosso 2ª Edição desta terça-feira, 8, a delegada do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) em Uberlândia, Clara Sueli Borges Landin, explicou que a Vállory Imóveis já havia sido autuadas duas vezes pelo órgão por conta de irregularidades e que o caso já havia sido encaminhado para a sede, que fica em Belo Horizonte. E deu dicas para que novos clientes não caiam em golpes semelhantes.
“Uma coisa que queremos alertar a população é que procurem e liguem no Creci. A pessoa pode procurar saber sobre a empresa antes de fechar negócio, sobre o profissional que está atendendo o cliente. A desinformação ainda é muito grande na nossa cidade e a gente fica muito triste disso acontecer”, disse.
A delegada ainda explicou que o Creci não fechou a imobiliária anteriormente pois ela ainda se encontrava no direito de regularizar sua situação e que o órgão também já encaminhou o caso para a justiça.
Informações: Camila Rabelo