A Operação Domiciano, que investiga casos de corrupção praticados por policiais rodoviários federais e empresários entra numa nova fase. Depois das apreensões e prisões, que ocorreram na semana passada, começam nesta quarta-feira, 28, os depoimentos dos envolvidos.
Quando a operação foi deflagrada, no dia 22 de junho, as investigações já estavam em andamento há quase sete meses, por iniciativa da própria corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Quinze policias lotados em Uberlândia, Araguari e Monte Alegre de Minas, foram presos, suspeitos de cobrar propinas de usuários das rodovias BR-365, BR-050 e BR-153.
São eles: Abadio José Vital, Alexandre Mesquita Ciuffa, Antenor de Souza Leal Filho, Cristiano Ribeiro Ferreira, Dênis de Oliveira, Geraldo Alves Ribeiro Júnior, Gisdelson Mário de Oliveira, Jean Carlos de Moraes, José Roque da Silva Filho, Marco Antônio Domingues, Peter Albino, Santiago Alves Assumpção, Sílvio César Vasconcelos Brígido, Tairone de Paula Sales e Vilmar Luis de Azevedo.
Além dos agentes, quatro empresários do setor de serviços aos usuários das vias também foram presos suspeitos de favorecer os policiais nas irregularidades. Evaldo Macedo, Luciano Máximo, Rodrigo Otoni e Wesley Freitas.
Todos foram levados para Belo Horizonte e estão à disposição da justiça.
De acordo com o delegado chefe da PF de Uberlândia Carlos D’Ângelo, as oitivas não encerram as investigações. A Operação continua, bem como os alertas sobre esse tipo de crime. “As próprias características das investigações permitem afirmar que outros novos inquéritos surgirão, sem prazo determinado para se concluir. É o caso de indícios de enriquecimento de servidores ou de participação de outros funcionários que neste momento não foram citados”, disse.
Segundo o delegado, o material colhido durante as investigações tem provas contundentes contra os suspeitos. Foram transcritas conversas por telefone entre policiais, e entre policiais e empresários forjando situações para obter lucro. E há indícios de que as irregularidades vinham sendo cometidas há quase uma década.
“São anos e anos de abordagens irregulares, de tomar dinheiro dos cidadãos. É inestimável, imensurável esse valor. Nós não temos ainda como calcular. Talvez, no final das investigações cheguemos perto de um número, mas é muito difícil pela quantidade de policiais, pelas variadas formas de atuação e pelo longo período que eles estavam nas estradas cometendo estes crimes”, afirma o delegado.
O delegado reforça que a investigação apurou que os atos eram cometidos individualmente, sem uma estrutura de organização entre os acusados e alertou para o outro lado da situação. O cidadão comum que paga propina e alimenta a corrupção no país.
Veja nos vídeos de Carlos Vilela
https://www.youtube.com/watch?v=jVNLVqmta_M
https://www.youtube.com/watch?v=icTZRVaCBpg