Uma criança de apenas 9 anos foi encontrada em situação de maus-tratos em Uberlândia. Ela morava com a mãe e não tinha cuidados básicos de saúde e de higiene, e chegou a ser internada por uma avó de consideração para tratar de uma bicheira na cabeça. Só nos últimos dias foram retiradas 50 larvas de dentro do couro cabeludo.

Segundo apurado pelo Conselho Tutelar, ela negava cuidados básicos, inclusive a higiene pessoal da criança. A avó de consideração, que está ajudando e prefere não se identificar, faz revelações da situação. “Ela está muito abaixo do peso, desidratada, não estava comendo, nem dormindo. E ‘está muito infeccionada as lesões na cabeça dela’ “, disse a avó.

A menina também era deixada sozinha em casa, sem os cuidados de adultos. “Ela fala que a mãe dela não faz comida e ela vai pra escola (à tarde) sem comer. Quando ela chega de tarde ela come um biscoito, bolacha, alguma coisa. Meu genro mora (próximo) e já viu ela na rua 6h, 7h da manhã sozinha, pedindo na rua”, afirmou.

O Conselho Tutelar já está agindo no caso em busca do melhor caminho para que a menina se recupere e fique em segurança.

A conselheira Marcelle Barros informou que está acompanhando a família e não pode deixar que ela tenha alta médica, sem saber pra onde ela vai. “Porque se chegou nessa situação tem uma negligência de bastante tempo. Então estamos investigando a família pra saber se alguém tem condição de receber. Se não tiver ninguém, nós vamos tomar as medidas legais.”

Segundo o Conselho Tutelar de Uberlândia, são recebidas aproximadamente 2.400 denúncias de maus-tratos por trimestre. A pessoa que tem conhecimento de um menor que não está sendo devidamente cuidado, ou até mesmo não está frequentando a escola, pode denunciar.

Ainda de acordo com a conselheira tutelar, o órgão sempre verifica que, quando uma criança chega nesta situação, há um histórico familiar deplorável por trás. “Às vezes a própria mãe foi abandonada, o pai é traficante. Então é feito um estudo. Só que a mãe que abandona uma criança, que não dá cuidados e não faz essa criança frequentar a escola, está cometendo um crime e vai responder perante a justiça. Dependendo do caso, como foi o desta criança, ela vai responder criminalmente e vai perder a guarda, sem sombra de dúvidas”, disse.

Indignada, a avó de consideração da menina aguarda uma decisão dos conselheiros. “Qualquer mãe tem a obrigação de cuidar dos seus filhos. Eu tenho duas filhas adultas, tenho netos, e jamais eu deixaria um parente meu chegar numa situação dessa. Se depender de mim ela não vai embora da minha casa, a não ser quando completar a maioridade.”

Repórter: Marina Caixeta

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