Minas Gerais é um dos alvos de operação da Polícia Federal (PF) contra suspeitos de integrar uma organização criminosa que fraudava licitações de produtos e serviços para o enfrentamento da Covid-19. Batizada de Vírion, a ação é realizada nesta quinta-feira (13). Além do território mineiro, mandados de busca e apreensão são cumpridos em Roraima, Amazonas, Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Pará, Roraima, Santa Catarina e Distrito Federal.
O valor das contratações suspeitas de irregularidades chega a R$ 50 milhões. O dinheiro teria sido utilizado na aquisição de insumos médico-hospitalares básicos, respiradores, testes rápidos, material informativo impresso e leitos em hospitais particulares.
Mais de 150 policiais federais, com apoio de servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), cumprem 36 mandados, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Investigações
O inquérito policial indica que um ex-secretário de Saúde de Roraima teria se articulado com um deputado para contratar empresas integrantes do esquema. Eles faziam o rateio de percentuais que seriam destinados às empresas.
O parlamentar solicitava a servidores que dessem andamento aos processos e pagamentos de seu interesse, inclusive cobrando antecipadamente o que era destinado às empresas do esquema. Um ex-deputado também atuaria na organização.
As investigações sugerem que o grupo se aproveitava da possibilidade de contratações diretas, em razão da pandemia, para facilitar os crimes. Segundo a PF, o trâmite era concentrado em único setor da Secretaria de Saúde, sem qualquer transparência ou publicação.
A Controladoria-Geral da União identificou vários indícios da prática de sobrepreço e de irregularidades nas contratações e nos pagamentos, além de falta de transparência na execução dos recursos federais destinados a Roraima, o que dificulta a própria fiscalização dos gastos.
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