Uma jovem, moradora de Uberlândia, teve um aparelho celular antigo invadido, imagens íntimas violadas e foi ameaçada em ter as imagens divulgadas na internet. O criminoso queria R$ 2,5 mil em dinheiro e exigia, por meio de um aplicativo de celular, “favores sexuais”.
Segundo a jovem, o aparelho não funcionava mais e estava bloqueado e guardado em casa. Mas até ela conseguir relacionar a descoberta das imagens íntimas ao invasor, foram vários dias traumáticos. O homem mandava mensagens grosseiras, chamando-a de “puta” e “vagabunda”, enquanto a pressionava ameaçando publicar fotos e vídeos na internet. Para provar que tinha as imagens ele chegou a mandar duas fotos das partes íntimas da garota.
A jovem tomou coragem e acionou a Polícia Civil para investigar o caso. Em poucos dias ela e a mãe foram chamadas na delegacia, pois o suspeito estava preso. O resultado foi uma surpresa e decepção que a deixaram ainda mais traumatizada. O criminoso era o próprio padrasto, com quem ela tinha uma boa relação de respeito e de pai e filha.
O homem marcou um ponto de encontro para a entrega do dinheiro e exigiu que fosse entregue por um mototaxista. Um dos investigadores se disfarçou de mototaxista e foi para o local marcado, um ponto de ônibus. O homem tinha pressa e pediu que o dinheiro fosse entregue rapidamente. Mas o que recebeu foi voz de prisão.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Daniel Azevedo, o padrasto não teve a identidade revelada, porque o autor é de dentro da casa da vítima. Para ameaçar a vítima sem ser identificado, o padrasto usou uma conta falsa de WhatsApp, que pertence a uma mulher de Araxá.
Todos os dispositivos eletrônicos usados pelo preso foram recolhidos para ser periciado.
Na delegacia a vítima diz que nunca desconfiaria do padrasto, pois eles tinham uma relação de confiança e carinho. “A nossa relação era de pai e filha mesmo, sempre me tratou como filha. Não havia nada que eu pudesse desconfiar dele.”
O homem foi preso em flagrante mediante a exigência do dinheiro. Ele vai ser indiciado por extorsão, pela invasão do dispositivo, injúria contra a mãe e a própria vítima, podendo ainda caber o furto do celular.
Repórter no local: Rodrigo Silva