Três caixas da cerveja Belorizontina, da Backer, foram localizadas pela Polícia Civil em um lote vago no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. De acordo com a corporação, as 34 garrafas de 600 ml pertencem a um dos 55 lotes contaminados pelo dietilenoglicol – duas caixas estavam lacradas e a última violada.
A apreensão do material ocorreu após uma denúncia anônima. Todas as cervejas foram recolhidas para a 4ª Delegacia de Polícia Civil para uma investigação e ainda serão analisadas.
O delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi, enfatizou em nota que “esse tipo de descarte pode provocar riscos à saúde pública se o produto for consumido, uma vez que o material encontrado está entre os lotes de cerveja onde o dietilenoglicol foi identificado”.
Intoxicação
Em janeiro, os primeiros casos de intoxicação pela substância, encontrada nas cervejas com o dobro da dose que já é considerada fatal, foram registrados também no bairro Buritis. Conforme as investigações da Polícia Civil, foram pelo menos 29 pessoas que consumiram o dietilenoglicol dos lotes de cerveja contaminados – desse total, oito morreram.
Outros 30 casos ainda seguem em análise. Em junho, a Polícia Civil concluiu um inquérito de mais de quatro mil páginas, que apontou erro grosseiro nos tanques da empresa – um furo na estrutura fazia o líquido vazar e contaminar as cervejas. Entre sócios e funcionários da Backer, foram 11 pessoas indiciadas por crimes como lesão corporal, contaminação de produto alimentício e homicídio.
Na última quinta-feira, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) chegou a autorizar a quebra do sigilo bancário dos proprietários da Backer e de empresas ligadas ao grupo econômico. O pedido foi realizado para investigar suspeitas de ocultação e dilapidação do patrimônio.
O Tempo