Aparelhos desfibriladores desviados do Sistema Único de Saúde (SUS) e que seriam destinados ao SAMU foram recuperados nesta terça-feira, 7, em Uberlândia. Dois homens foram presos, um deles era coordenador do Núcleo de Transportes de Saúde do governo de Gilmar Machado e o outro funcionário terceirizado da Concessionária MGO, responsável pela BR-050. Eles não tiveram os nomes revelados, mas um foi conduzido suspeito de receptação e o outro desvio de material público.
Desfibriladores são aparelhos que aplicam uma corrente elétrica nos pacientes para equilibrar os batimentos cardíacos ou até mesmo reverter uma parada cardíaca. Eles seriam destinados a ambulâncias do Samu de 27 cidades da região. Sem os desfibriladores o SAMU não
No total, foram 56 aparelhos desviados, cujo valor soma aproximadamente R$ 500 mil em prejuízo para o sistema de saúde. Até o momento, apenas 33 foram recuperados, mas estavam sendo vendidos por cerca de R$ 2.500 cada, segundo informações apuradas pela nossa equipe. Um aparelho deste custa em média R$ 9 mil.
De acordo com Daniela Novais, delegada da Polícia Civil (PC), os desfibriladores foram encontrados na casa da namorada de um dos suspeitos, no Bairro Jardim das Palmeiras.
Investigadores da PC estão trabalhando para encontrar os outros 23 aparelhos, que supostamente foram vendidos.
Em entrevista à nossa equipe, um dos suspeitos relatou que os desfibriladores foram repassados para eles com notas fiscais para serem vendidos como um material lícito e por isso não desconfiaram que se tratava de um produto de crime. Ao ser questionado sobre quem teria passado os aparelhos, o homem conta que foi uma pessoa de dentro da prefeitura.
Em nota, o ex-prefeito e ex-presidente do Consórcio Público Intermunicipal de Saúde da Macrorregião Triângulo Norte (Cistri), Gilmar Machado, informou que a secretária executiva do Cistri foi orientada por ele a denunciar à Polícia Civil de Uberlândia o sumiço dos desfibriladores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tão logo tiveram conhecimento deste fato. Ele afirma que espera que os responsáveis continuem presos e sejam punidos por este crime.
Segundo a MGO Rodovias, o funcionário detido atuava para uma empresa que prestava serviço para a concessionária, mas desde dezembro de 2016 esta terceirizada não trabalha mais para a MGO. O caso será investigado.
As investigações começaram no início de 2017, quando uma funcionária do Consórcio Público Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência da Macrorregião do Triângulo do Norte (Cistri) procurou a polícia informando o desaparecimento de 56 equipamentos avaliados em R$ 9 mil cada um.
Informações por Léo Carvalho