No primeiro pronunciamento oficial após o ataque, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump afirmou que os norte-americanos agiram, sob orientação dele, para “parar uma guerra” e não “para começar uma” – referindo-se a ações recentes contra os EUA, que teriam sido comandadas pelo general Qassem Soleimani.

Mais cedo, o presidente dos EUA usou as redes sociais para dizer que “o Irã nunca ganhou uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação”, dando a entender que poderá haver alguma conversa de bastidor entre os dois países após o ataque.

Na madrugada desta sexta-feira (03), um ataque dos Estados Unidos a um comboio militar no Aeroporto de Bagdá, no Iraque, matou o general iraniano Qassem Soleimani – alvo principal da ação – e ao menos outras seis pessoas. Os veículos foram atingidos por três mísseis disparados por drones.

Soleimani, de 62 anos, era considerado a segunda figura mais poderosa do Irã e comandava a Força Quds, a unidade de elite da Guarda Revolucionária do país.

Para os Estados Unidos, que horas depois assumiram a autoria do bombardeio, o general foi quem aprovou a tentativa de invasão à embaixada americana na capital do Iraque, esta semana. O Pentágono afirma ainda que Soleimani é responsável pelas mortes de centenas de norte-americanos e que ele planejava atos de violência contra diplomatas e militares dos Estados Unidos, que servem no Iraque.

Entre as vítimas do atentado no aeroporto está também Abu Mahdi Al-Muhandis, líder das Forças de Mobilização Popular, milícia iraquiana Xiita apoiada pelo Irã e pelo general Soleimani.

A reunião desta sexta-feira (03) da Assembleia dos Peritos do Irã, instituição religiosa que nomeia o líder supremo do país, foi marcada por lágrimas e o grito de “Morte à América”. Em várias cidades iranianas, multidões foram às ruas em protesto, carregando a imagem do general assassinado.

Em resposta, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, declarou que seu país e outras nações do Oriente Médio irão se reunir contra a intimidação americana para defender os valores islâmicos. O novo líder da Força Quds também foi anunciado pelo Irã: o general Esmail Ghaani.

Já o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, visitou parentes de Soleimani, declarou luto de três dias e afirmou que os responsáveis pelo ataque sofrerão uma dura retaliação. Khamenei disse ainda que o militar assassinado é a a face internacional da resistência iraniana e que todos que lutam por resistência buscarão vingança por seu sangue.

Logo depois do ataque aéreo, os Estados Unidos soltaram um alerta vermelho: a orientação é para que nenhum norte-americano viaje ao Iraque e para que os estão lá voltem imediatamente.

SBT

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