Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, esteve nesta segunda-feira, 16, no município de Prata, onde participou do evento S.O.S. Leite, organizado pelo Sindicato Rural da cidade.
O evento contou com a presença de deputados estaduais e federais e mais de mil produtores de leite do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, e teve como objetivo melhorar as políticas da pecuária leiteira no Brasil.
Os participantes entregaram uma carta para o ministro, na qual contestam a discrepância entre o custo de produção e o preço do leite que é entregue ao produtor, linhas de crédito e carga tributária. No final, realizaram uma manifestação na BR-153.
“Foi uma queda muito brusca, repentina. Tava indo bem a nossa atividade e, de repente, começaram alguma baixas. Em três, quatro meses, perdemos 30% da nossa renda. Hoje, nosso preço de produção está mais alto que o preço que estamos recebendo. Precisa ter algumas mudanças”, disse Weber Bernardes, do Núcleo de Sindicatos Rurais de Minas Gerais.
Mas a principal reclamação de todos os produtores é com a concorrência internacional, em especial com o Uruguai, que eles alegam ser desleal. O país vizinho já exportou 200 mil toneladas de leite para o Brasil só em 2017. Eles pedem que sejam estabelecidas bases para evitar que as perdas sejam maiores.
Blairo Maggi prometeu levar ao presidente Michel Temer uma proposta para estabelecer um acordo com o governo uruguaio.
“Nós não reclamamos do volume de leite que o Uruguai coloca pro Brasil, mas sim a forma como coloca. O Uruguai é culpado por isso? Não, são os importadores nossos que são culpados por isso, que saem e entram do mercado no momento que quiserem, derrubando os preços. Teremos de estabelecer uma cota com o Uruguai pra regularizar o mercado”, disse o ministro.
Maggi também acredita que o setor se enfraqueceu justamente por conta de sua fragmentação e por não ter grande poder, já que conta com muitos produtores de pequeno porte.
“O setor de leite é tão fragmentado, tão de pequenos produtores, que eles não têm a força de fazer pressão nas suas cooperativas e nas indústrias que trabalham com eles. É aqui que o governo precisa entrar pra ajudar nessas questões”, disse.
Informações no local: Carlos Vilela