Foi aprovado na Câmara de Uberlândia nesta manhã de quarta-feira, 24, um projeto de Lei Ordinária de autoria da vereadora Dra. Jussara, que tem por objetivo garantir a realização de exames relativos ao diagnóstico e à terapêutica da Fenilcetonúria (PKU), Hipotireoidismo (TSH), Anemia Falciforme, Fibrose Cística, Glicemia, Dosagem da Imunoglobulina (lgA) e todos os demais procedimentos que vierem a ser instituídos pela saúde pública municipal ao recém nascido.

O veto total foi mantido por 18 votos favoráveis. Seis votos contrários. Duas ausências.

“A doença celíaca é uma reação imunológica do intestino relacionada à intolerância ao glúten. É uma doença autoimune, ou seja, as próprias células do organismo agem se agredindo. Alguns dos seus sintomas mais comuns incluem diarréias, vômitos, anemia e dores intestinais. Uma dieta com a exclusão do glúten pode resolver o problema. Nessa doença, ocorre um quadro de inflamação causada por uma reação exagerada do intestino que não tolera o glúten”, explica a justificativa da proposta.

A autora do projeto conta que ao tocar as paredes do intestino para ser absorvido, o glúten provoca, aos celíacos, uma reação exagerada, responsável por seus sintomas. De acordo com ela, a doença celíaca pode ser dividida em quatro tipos, sendo que suas diferenças estão somente nos sintomas. É mais frequente na faixa pediátrica, especialmente entre os seis e 24 meses, ou seja, nas crianças que estão começando a ingerir alimentos mais sólidos como pão, bolo, macarrão ou alimentos com cereais.

“A criança pode ter diarréia crônica, desnutrição, falta de apetite, distensão abdominal e vômitos. É muito importante levá-la ao médico caso apresente algum desses sintomas, pois quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais chances a criança terá de ter uma vida normal, visto que a desnutrição aguda não tratada pode levar ao óbito. Essa, por sua vez, apresenta poucos sintomas, mais brandos e extra-intestinais em sua maioria. Alguns exemplos são a anemia resistente à medicação, perda de peso, prisão de ventre e, em adolescentes, pode ocorrer dificuldade de crescimento”, acrescenta.

Ela explica que enquanto o portador da doença celíaca não tem consciência do que passa em seu organismo, as paredes do intestino começam a se desgastar com a presença do glúten na dieta. Com o desgaste, os sintomas da doença passam a aparecer com mais frequência e intensidade, o que faz a pessoa se preocupar e a procurar ajuda médica. Segundo Dra. Jussara, o diagnóstico da doença pode ser realizado principalmente pelo exame de sangue que verifica a presença de genes e anticorpos específicos do problema.

“Apesar de não ser suficiente para o diagnóstico final, ajuda na decisão do médico. É importante ressaltar que um resultado negativo não exclui totalmente o diagnóstico da doença celíaca, especialmente em pacientes que já fazem dieta sem glúten. Quando relatados os sintomas, o médico pode orientar uma dieta com exclusão do glúten para verificar se os sintomas diminuem ou até mesmo desaparecem. Alguns cuidados especiais devem ser tomados pelos celíacos como evitar petiscos, bolachas e cereais que contenham glúten”, reitera.

Dra. Jussara afirma que o cuidado ao cozinhar alimentos sem glúten no mesmo local onde foram cozidos alimentos com glúten pode evitar a contaminação; que temperos prontos ou amaciantes de carne podem conter glúten; que as crianças são as mais prejudicadas pela doença. “Nunca separe a criança celíaca de outras crianças na hora da alimentação, pois isso pode ter consequências emocionais. Sempre a instrua a não comer o que lhe oferecem e sempre prepare lanches sem glúten para que ela possa comer junto com os seus colegas”, recomenda.

Por fim, ela diz que a prática de exercícios físicos deve ser realizada normalmente, sem problema, por pacientes celíacos.

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