A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou hoje (6) que dará “urgência” à análise da liminar que afastou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, caso a matéria seja liberada para a pauta do plenário.
Ela acrescentou, no entanto, que não pode afirmar com certeza se o recurso será julgado ainda nesta semana, pois depende de um posicionamento prévio do ministro Marco Aurélio, relator da ação que resultou no afastamento.
No que diz respeito ao mérito do processo, uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) em que o partido Rede Sustentabilidade pede que o STF declare que réus não podem ocupar cargos na linha de sucessão presidencial, Cármen Lúcia disse que a análise final depende de uma liberação pelo ministro Dias Toffoli, que pediu vistas do processo.A ação ficou interrompida com seis votos a favor de que réus não ocupem a presidência da Câmara, do Senado e do STF, que fazem parte da linha sucessória da Presidência da República.
“Teste das instituições”
Cármen Lúcia negou que haja um clima de “retaliação” entre os poderes da República. “Até porque não há motivo. Os poderes trabalham de maneira realmente harmônica”, disse ela em café da manhã com jornalistas nesta terça-feira.
Questionada se o segundo afastamento de um presidente de poder em um mesmo ano não seria um sinal de fraqueza da democracia brasileira, Cármen Lúcia respondeu não fazer tal leitura, apesar de o país atravessar um período de “teste para a dinâmica das instituições democráticas”.
“Foram tomadas decisões da maior significação neste tribunal. Se tivesse fraqueza institucional, não teríamos chegado até aqui com as coisas funcionando… Vejo [como] um teste, quase um desafio para nós que estamos em cargos de responsabilidade”, disse Cármen Lúcia.
A presidente do STF voltou a afirmar que vê a política como “indispensável” para se manter a ordem democrática, e recordou com pesar do momento histórico em que o Congresso Nacional chegou a ser fechado. “Um soco no estômago”, descreveu a ministra sobre o ato perpetrado pela ditadura militar.
Agência Brasil