O relatório final da CPI do Ipremu, que investigou aplicações do Instituto de Previdência da Prefeitura Municipal de Uberlândia durante a gestão anterior, do prefeito Gilmar Machado, apontou que houve irregularidades em fundos de investimento de risco. O relatório final de mais de 40 páginas foi lido na sessão ordinária da Câmara Municipal desta segunda-feira, 7, e aprovado pelos membros da CPI.
Segundo o relator, vereador Juliano Modesto, ele recomendou os indiciamentos do ex-prefeito Gilmar Machado, do ex-superintendente do Ipremu, Marcos Botelho, da então Diretora Administrativa Financeira e ex-membro do Comitê de Investimentos, Mônica Resende Silva, por improbidade administrativa durante a gestão entre os anos de 2013 e 2016.
De acordo com o relatório, Gilmar Machado foi omisso e colaborou para acabar com o comitê que regulava os investimentos do Ipremu. Marcos Botelho, além de ser o responsável pelo instituto, apresentou evolução patrimonial desproporcional à renda durante o período em que esteve à frente do mesmo. Já Mônica Silva Andrade, como membro do novo comitê, criado em 2013, sabia da irregularidade das aplicações.
Segundo a comissão, as condutas teriam causado risco de prejuízos de mais de R$ 348 milhões ao Ipremu, alocados em 26 fundos de investimento considerados de alto risco. Nestes fundos já houve perda total ou parcial dos recursos. Em três deles o investimento foi mais alto que o permitido, que é de 25% do patrimônio do fundo.
O relatório da CPI do Ipremu foi lido por quase duas horas no plenário da câmara nessa segunda-feira. Após a leitura, o andamento sobre o texto criou um certo tumulto.
Ao final, o relatório não precisou ser discutido entre os vereadores. Não que não houvesse contrapontos. O vereador Silésio Miranda disse que a comissão foi governista e a investigação não difere do que o Ministério Público já vem fazendo.
A comissão recomenda o ajuizamento de ações nas esferas cível e criminal. Os documentos serão encaminhados para análise da Polícia Federal e Ministério Público Estadual, bem como receberão cópias a Procuradoria de Crimes Praticados por Agentes Públicos em Belo Horizonte e Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG).
Em nota, o ex-prefeito Gilmar Machado informou que não foi notificado quanto ao relatório final da apuração da situação do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Uberlândia,
o Ipremu. Tão logo ele seja notificado e tenha acesso a este documento ele irá se pronunciar sobre o mesmo. O ex-prefeito reafirma que a gestão do Ipremu foi feita de forma transparente e eficiente e, como anteriormente, continua à disposição dos vereadores para qualquer esclarecimento.
A produção da TV Vitoriosa tentou contado com o ex superintendente do Ipremu, Marcos Américo Botelho e com a ex-diretora administrativa financeira e membro do comitê de investimento do Ipremu, Mônica Silva Resende de Andrade, mas ainda não obteve resposta.
Repórter: Vinícius Lemos