Promotores do Gaeco, Daniel Marotta e Adriano Bozolla – Foto: Paulo Henrique Soares / TV Vitoriosa

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, Gaeco, ofereceu nova denúncia no caso do esquema de fraude no transporte escolar municipal de Uberlândia. O recém-empossado vereador, Marcelo Cunha (PPL), é denunciado por fraude à licitação.

O suplente de Ismar Prado foi empossado no último dia 26 e agora denunciado pelo Gaeco depois que as investigações apontaram que enquanto ele era diretor administrativo da Câmara, solicitou a contratação ilegal do escritório Ribeiro & Silva.

O caso de Marcelo Cunha será julgado pelo juiz da vara criminal. A decisão de um possível afastamento dele não é, portanto, da Câmara de Uberlândia. Caso ele seja afastado, assumirá o suplente Odair José (PPL).

Os promotores Adriano Bozolla e Daniel Marotta fizeram uma coletiva com a imprensa nesta quarta-feira, 4, e falaram sobre a situação dos vereadores presos, Alexandre Nogueira do PSD, Juliano Modesto, do Solidariedade, e Wilson Pinheiro, do PP, que também foram denunciados e vão responder pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e fraude à licitação.

O ex-controlador da câmara municipal Adeilson Barbosa, apontado como cérebro financeiro da organização criminosa, também foi denunciado. Adeílson e Alexandre Nogueira seriam os líderes do esquema.

O Ministério Público Estadual protocolou as denúncias na terceira vara criminal e pediu a prisão preventiva de Nogueira e Modesto, já presos, além da perícia médica para Wilson Pinheiro, a fim de determinar cumprimento da prisão preventiva no presídio, já que ele cumpre o regime domiciliar com uso da tornozeleira eletrônica.

Ainda segundo as investigações, Wilson Pinheiro e Alexandre Nogueira produziram documentos falsos que apontavam para a contratação do escritório Ribeiro & Silva pelo valor de R$ 170 mil, valor considerado astronômico pelo Ministério Público. A contratação era de interesse dos dois vereadores.

Além dos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e fraude à licitação, o grupo obrigou os motoristas cooperados a abastecerem em posto indicado pela Coopass com valor acima do praticado, contratar seguro veicular em empresa fundada por Alexandre e aderir compulsoriamente a plano de saúde. A organização enriqueceu ilicitamente às custas de desvios de dinheiro dos cooperados enquanto exerceu monopólio do transporte público durante duas décadas. O grupo também usava motoristas como laranjas no esquema.

Acompanhem a entrevista coletiva

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