Na manhã desta terça-feira, o programa Chumbo Grosso mostrou, com exclusividade, um vídeo flagrante que mostra um grande vazamento de água tratada dentro de uma unidade do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE). O Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) acatou a denúncia, feita pelo vereador Thiago Fernandes.
Com o apoio da Polícia Militar e do Procon, os promotores foram até o local do vazamento, que fica na Rua Cruzeiro dos Peixotos, no Centro de Uberlândia, e constataram diversas falhas estruturais. Em uma delas, a água que sai do reservatório é captada por uma mangueira e é jogada diretamente na rede de esgoto.
Segundo o promotor Adriano Bozolla, esse vazamento já ocorre há, pelo menos, dois anos. Agora, será dado início às investigações para descobrir os responsáveis pelo problema.
“Vamos apurar, nas esferas cíveis, administrativas e criminais, quais foram aqui os crimes praticados, as condutas ilícitas praticadas e, logicamente, os responsáveis por isso”, disse o promotor.
Para ter ideia da quantidade de água que vazava pela mangueira, os promotores pegaram uma caixa d’água de 500 litros e cronometraram o tempo necessário para enchê-la.
Em apenas 4 minutos e 16 segundos, a caixa já estava cheia, o que corresponde a 160 mil litros de água que são desperdiçados diariamente ou 115 milhões de litros em dois anos, de acordo com os promotores.
“Com certeza, vão ser feitas perícias e constatações por profissionais habilitados a tanto. O que a gente pode constatar, e foi importante a gente vir aqui pessoalmente pra constatar, é que nós temos uma vazão absurda de água. Pelos nossos cálculos, é de 160 mil litros de água por dia sendo jogados no esgoto”, comentou o promotor Daniel Marota.
Resposta do DMAE
Em entrevista para a TV Vitoriosa, o diretor geral adjunto do DMAE, David Thomaz, afirmou que o órgão já está ciente do vazamento e que ele ocorreu por conta de um problema de impermeabilização.
O diretor também disse que o vazamento foi se agravando aos poucos, após um trabalho anterior de impermeabilização no reservatório de concreto. O órgão agora está tentando procurar uma solução técnica para solucionar o problema.
David Thomaz alegou que a água, na realidade, retorna para rede fluvial, de forma limpa e tratada. Ela não pode retornar para a caixa d’água por já ter entrado em contato com o ambiente.
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Informações no local: Carlos Vilela