Jovens, profissionais do sexo, usuários de drogas e homens que fazem sexo com homens estão entre os grupos prioritários que devem receber maior atenção neste Dezembro Vermelho e Campanha dos 30 Anos de Luta Contra a Aids. Os grupos terão atenção especial por estarem mais expostos a situações onde há maior disseminação do vírus, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. Segundo o balanço, hoje, 866 mil pessoas vivem com o vírus. Uma delas é Margarete Silva Melo de 50 anos. A aposentada convive com o HIV há 30 anos, mas não sabe identificar se foi contaminada por ser uma profissional do sexo ou por também ter sido usuária de drogas.
“Eu não posso dizer se eu peguei da droga, porque eu usei droga injetável, ou se eu peguei do sexo. Há 30 anos, não tinha prevenção, né? E hoje, é muito importante a gente ver que com essa atual conjuntura de políticas públicas, a política pública de prevenção, de conscientização do HIV/aids, PEP, prevenção combinada, PREP. O governo tem que enfatizar isso.”
A gaúcha é moradora de Rio Grande, município do Rio Grande do Sul com o maior índice de HIV/aids do Brasil. Só neste ano, foram 281 novos casos. Ela conta que trabalhava sem nenhuma proteção e que a situação poderia ter sido diferente se existissem naquela época as profilaxias de pré ou pós-exposição. Na época quase 75 comprimidos por dia, que lhe geraram sérios efeitos colaterais, com consequências notadas até hoje. Mas com o avanço das pesquisas e tecnologias, esse número de pílulas já foi reduzido a sete e já não causam mais tanto desconforto.
“Eu te digo uma coisa, era difícil. De manhã cedo no café da manhã era uma mão cheia, no almoço uma mão cheia, de noite mais uma mão cheia. Eu comecei uma medicação nova e até o momento eu estou me adaptando muito bem. A maior dificuldade que a gente tinha era na alimentação, porque você tem que ter uma alimentação adequada pra estar tomando tantos medicamentos, né? E se você não tem subsídios pra isso, não tem como tomar.”
Margarete também encontrou um novo amor. Um mês antes de ser internada, conheceu um rapaz que se identificou como seu marido no hospital. Juntos, permaneceram por mais de 20 anos, mesmo sendo sorodiscordantes. Eles se protegiam. E o rapaz nunca contraiu o HIV. A prevenção ainda é o melhor caminho para evitar a contaminação com o vírus. Use camisinha. Conheça as outras formas de prevenção combinada, disponíveis no SUS, e proteja-se. Trinta anos do Dia Mundial de Luta contra a aids. Uma bandeira de histórias e conquistas. Saiba mais em aids.gov.br. Ministério da Saúde, Governo Federal.
Agência do Rádio Mais