Tucanos confirmam apoio à tentativa da emedebista Simone Tebet chegar ao Palácio do Planalto
Registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 1989, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) sempre se fez presente nas eleições gerais como cabeça de chapa na disputa pela Presidência da República. Neste ano, porém, a estratégia será diferente. Depois de semanas de negociação, a legenda confirmou, nesta 4ª feira (8.jun), que apoiará a senadora Simone Tebet (MDB-MS) no pleito de outubro.
A expectativa, agora, é a de que tucanos indiquem o vice que acompanhará Tebet na campanha eleitoral. No momento, o senador Tasso Jereissati, do Ceará, é tido como um dos possíveis nomes a serem apresentados pelas lideranças tucanas. Ex-governador gaúcho, Eduardo Leite é outro a figurar como possibilidade para a composição da chapa, que também contará com o Cidadania — que acertou federação com o PSDB.
Antes mesmo do desfecho das negociações com emedebistas, o PSDB indicava que a disputa pela Presidência da República ficaria em segundo plano. A executiva estadual de São Paulo afirmou — publicamente — que a “prioridade absoluta” do partido neste ano será trabalhar pela reeleição do governador Rodrigo Garcia. A sigla está à frente do Executivo paulista desde 1995, quando elegeu Mário Covas.
Histórico do PSDB na disputa presidencial
Covas, aliás, foi candidato a presidente da República na primeira eleição disputada pelo PSDB. De Covas a Geraldo Alckmin, em 2018, os tucanos tiveram os seguintes desempenhos na briga pelo comando do Palácio do Planalto:
- 1989 – Mário Covas
O político, que anos mais tarde seria o responsável por dar início à dinastia tucana no governo de São Paulo, terminou a corrida presidencial na quarta colocação, com 11,51% dos votos válidos.
- 1994 – Fernando Henrique Cardoso
Ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco e considerado um dos responsáveis pelo Plano Real, FHC foi eleito presidente da República no primeiro turno. Ele recebeu o equivalente a 54,24% dos votos válidos.
- 1998 – Fernando Henrique Cardoso
Quatro anos após conquistar o direito de se tornar presidente da República, Fernando Henrique renovou o feito – e mais uma vez logo no primeiro turno. Com 53,06% dos votos, ele superou os oponentes na primeira parte da disputa eleitoral.
- 2002 – José Serra
Ex-ministro da Saúde, Serra tentou manter a hegemonia do tucanato no Palácio do Planalto, mas não conseguiu. Ele chegou a avançar ao segundo turno, quando foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. Em votos válidos, a briga ficou em 61,27% X 38,73%, em favor do petista. Assim, iniciou-se a série de quatro derrotas consecutivas para o PT.
- 2006 – Geraldo Alckmin
Com status de governador de São Paulo por dois mandatos consecutivos, cargo em que foi sucessor de Mário Covas, Alckmin foi derrotado no segundo turno pelo seu hoje aliado e com quem deve compor a chapa para a Presidência da República deste ano: Lula. O tucano chegou à fase final da disputa, mas protagonizou um feito peculiar, obtendo mais votos no primeiro do que no segundo turno. Ele recebeu 39,9 milhões e 37,5 milhões de votos, respectivamente.
- 2010 – José Serra
Pela segunda vez, Serra tentou – e não conseguiu – se tornar presidente da República. Novamente, o tucano chegou ao segundo turno e foi derrotado pelo Partido dos Trabalhadores. Então estreante na disputa por cargos públicos, Dilma Rousseff conquistou a preferência do eleitorado, sendo a primeira mulher a chegar ao comando do Executivo federal.
- 2014 – Aécio Neves
Novamente, o Brasil viu o embate PT X PSDB no segundo turno pela presidência da República – e com petistas seguindo levando a melhor. Na ocasião, Dilma superou Aécio Neves por margem apertada de votos: 51,64% contra 48,36%.
- 2018 – Geraldo Alckmin
Depois de quatro eleições seguidas sendo derrotado pelo PT no segundo turno, algo mudou no PSDB. E para pior. O partido ficou longe de voltar a comandar o governo federal. Alckmin terminou a corrida na quarta colocação, com apenas 4,76% dos votos válidos.
- 2022 – Ninguém (deverá indicar vice na chapa de Simone Tebet, do MDB)
Em novembro de 2021, o PSDB realizou prévias para, teoricamente, definir quem seria o representante do partido na disputa pela Presidência da República neste ano. João Doria venceu a briga interna contra Eduardo Leite e Arthur Virgílio Neto. Em maio, porém, ele desistiu da pré-candidatura, quando admitiu não ser a escolha da cúpula do partido.