O governador Romeu Zema participou hoje (30/4), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, da primeira videoconferência com o recém-empossado ministro da Saúde, Nelson Teich. O objetivo foi o ministério conhecer as principais demandas dos governadores e dos secretários de Saúde da região Sudeste.
O secretário de Saúde de Minas, Carlos Eduardo Amaral, enfatizou que seria muito importante que o estado tivesse meios de participar e opinar quanto à distribuição de recursos federais. “Temos um grande número de municípios. Cada um apresenta uma realidade. Muitas vezes o que é apresentado pelo governo federal não está alinhado com os planos que foram realizados no Estado”, argumentou.
Para exemplificar, de acordo com secretário, Minas tem cerca de 70% dos municípios com até 10 mil habitantes. “Dessa forma, ministro, não tem como essas cidades serem independentes na área da Saúde. Diante do atual quadro de pandemia, elas necessitam dos repasses do governo federal”, alertou.
O ministro Teich afirmou que todos os canais de interlocução com o ministério estão abertos e explicou que o mais importante neste momento é dimensionar o tamanho do problema. “Os nossos recursos financeiros são pequenos. Precisamos de maior interação para que a gente entenda exatamente qual é a melhor forma de usar este recurso”, explicou.
Nelson Teich reconheceu que o tamanho de Minas causa uma fragmentação do problema. “Concordo que a eficiência para combatermos o coronavírus fica comprometida na medida que temos uma maior fragmentação. São muitas atividades acontecendo ao mesmo tempo. Você tem que prestar atenção em muitas coisas diferentes. No entanto, nossa área de inteligência está ciente dos problemas que vocês enfrentam e vamos ajudar no que for preciso”, afirmou.
Atuação paralela
Outro fator importante destacado pelo secretário de Saúde foi em relação à adoção de política de equipamentos e testes do governo federal para que o Estado consiga ter uma atuação paralela que evite sobrepor esforços. “Isso pode nos levar a prejuízos pelo fato de fazermos políticas parecidas e, em algum momento, deixarmos áreas essenciais descobertas”, explicou.
Durante sua apresentação, o ministro explicou que a atuação da nova equipe será pautada em projeções e diretrizes de curto prazo – duas semanas. “Nossa intenção é desenhar soluções de acordo com as necessidades dos estados e das regiões. Vamos priorizar as regiões mais críticas, onde os números comprovam que há maior incidência da doença”, disse.
Outro dado apresentado por Teich, que será levado em consideração, é o cruzamento de dados referentes à capacidade de atendimento para saber como reagir diante de um quadro de evolução da doença num curto espaço de tempo. “Com o nível de incerteza que a gente tem hoje é impossível sabermos o que vai acontecer no longo prazo. O grande mérito será a gente se planejar para tomar decisões rápidas”, alertou.
Agência Minas