Estudo mostra que o número de acidentes com feridos é 31% maior nas estradas administradas pelo Governo Federal

Dirigir pelas rodovias administradas pelo Governo Federal é 4 vezes mais perigoso do que nas estradas concedidas à iniciativa privada. É o que aponta um levantamento feito pela Fundação ‘Dom Cabral’, com base em estatísticas da Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com o estudo, a cada 10 acidentes nas BRs, 8 são em estradas públicas. A taxa de severidade, que sobe conforme o dano causado e o número de vítimas, também foi maior nas rodovias geridas pelo governo, nos últimos 4 anos.

Dados mostram ainda 31% a mais de acidentes com feridos nas BRs públicas, do que nas estradas sob concessão, apesar destas apresentarem um volume de tráfego muito maior. No ranking nacional, os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais são os que registraram as maiores taxas de acidentes e de ocorrências graves.

A explicação para isso, segundo especialistas, está nos investimentos em infraestrutura, que são bem maiores nas rodovias privadas: 80% das BRs concedidas à iniciativa privada têm pistas duplicadas, com divisória entre os dois sentidos, com é o caso da Via Dutra, por exemplo.

O resultado é maior segurança para quem trafega pela rodovia. “A privada tem um pouco mais de segurança do que a do estado, porque ela tem mais radares, mais controle de velocidade. A pública tem muito mais buracos”, afirma o motorista Vinícius Nunes.

Para o coordenador do Núcleo de Logística da Fundação ‘Dom Cabral’, Paulo Resende, ao invés da privatização, uma possível solução para essa disparidade seria reinvestir os recursos arrecadados com a concessão nas rodovias geridas pelo governo. “Talvez pensarmos que as concessionárias pagam impostos. Eu acho que uma discussão poderia acontecer, desses impostos serem dedicados a um reinvestimento nas estradas públicas”, argumenta Resende.

O Ministério da Infraestrutura, afirma que, desde 2019, construiu e duplicou quase 5 mil quilômetros de rodovias, e através de concessões, capitalizou investimentos de cerca de R$ 50 bilhões.

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