Dados reveladores do momento imediatamente anterior à queda do ônibus da Ponte Torta, na BR-381, em João Monlevade, nesta sexta-feira, 4, foram feitos por uma mulher que diz ter sido a primeira a saltar do veículo em movimento. Em entrevista ao jornal O Tempo a cuidadora de idosos Eliane Guerra contou como escapou da morte por muito pouco.
Eliane estava entre os 46 passageiros do ônibus que seguia de Santa Cruz do Deserto-AL rumo a São Paulo/SP. Ela conta que, ao perceber que o ônibus estava desgovernado, de ré e colidia com veículos, ela saltou pela porta da frente. Outras cinco pessoas também pularam, mas ela foi a primeira.
“Ele (o motorista) vinha em alta velocidade, mais do que ele anda, porque ele não é de andar com muita velocidade. De repente ele começou a bater nos carros e desviou de outros. Quando chegou na ponte, ele achou que o ônibus estava parando. O rapaz que estava junto com o motorista tentou segurar o ônibus. Nessa hora eu empurrei a porta e pulei. Depois pulou o motorista e outras pessoas. De repente o ônibus já caiu. Teve gente que ainda pulou em cima da ponte”, contou Eliane.
Conforme apurado pela polícia civil até o momento, o condutor gritou que havia perdido os freios e o ônibus começou a voltar de ré, descontrolado, batendo na proteção lateral da ponte. Nesse momento, seis pessoas conseguiram pular do ônibus antes que ele caísse, incluindo o motorista, que ainda não foi localizado até o momento, quase 24 horas depois do acidente. O ônibus caiu às margens da Estrada de Ferro Vitória Minas e do rio Piracicaba, de uma altura aproximada de 23 metros segundo a medição feita pelos peritos.
A Polícia colheu dados de que o ônibus era clandestino, não tinha autorização para fazer o transporte de passageiros. A empresa não é clandestina.