A pandemia de Covid-19 obriga a Fundação Hemominas a enfrentar a mais severa e duradoura baixa nos estoques de sangue. Nunca na história da instituição a escassez de voluntários demorou tanto. As doações estão 50% abaixo do ideal. O cenário levou o governo de Minas a fazer um apelo à população.

A situação crítica atinge praticamente todos os tipos sanguíneos. A escassez ainda afeta a realização de cirurgias de emergência e procedimentos eletivos. Vale lembrar que a unidade de saúde é responsável por mais de 90% das transfusões de sangue no Estado.

“Nós já tivemos momentos críticos em outras situações, mas jamais por um tempo tão prolongado”, afirmou a gerente de Captação e Cadastro de Doadores do Hemominas, Viviane Guerra.

Segundo ela, os estoques dos tipos O negativo e A positivo encontram-se em estado crítico em toda a rede. Já a reserva do O positivo caiu 60%. Apenas o AB positivo está em situação estável.

Nesta quarta-feira (16), o governo de Minas fez um apelo à população sobre a importância e a segurança da doação, mesmo em meio à pandemia. Conforme o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, os estoques precisam ser repostos com frequência. “Quem pode doar sangue, que faça, nós precisamos muito. Essa solidariedade salva vidas”, declarou.

A doação é segura durante o enfrentamento à Covid-19. Uma série de procedimentos é adotada. Dentre eles, agendamento, uso obrigatório de máscaras, utilização do álcool gel e a reorganização das salas de espera e de coleta, além do distanciamento mínimo de 1 metro entre os doadores.

Pacientes que contraíram o novo coronavírus podem doar, mas só 30 dias após a completa recuperação. Além disso, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde. Homens podem participar até quatro vezes por ano, sempre respeitando um intervalo mínimo de 60 dias entre as coletas.

No caso das mulheres, o ato pode ser feito três vezes, com intervalo de três meses. O procedimento dura cerca de uma hora e meia. A pessoa pode solicitar um atestado de comparecimento ao local.

ALÉM DISSO

Nas últimas duas semanas, Minas teve um salto de 54% nos casos confirmados da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), doença rara que provoca febre alta e duradoura, além de pressão baixa e manchas pelo corpo de crianças e adolescentes. A enfermidade pode estar ligada à Covid-19.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), há 15 dias eram 11 registros no território mineiro. Hoje, são 17. Até o momento não há mortes.

Do total de vítimas, 12 receberam alta hospitalar. Atualmente, conforme o mais recente boletim epidemiológico, Minas tem 10 casos da SIM-P em investigação.

A SIM-P ainda está sendo estudada por cientistas de todo o mundo, mas as poucas informações disponíveis dão conta de que os pacientes testaram positivo para o novo coronavírus.(Renata Evangelista)

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