No próximo dia 27 de janeiro, é celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, doença que atinge a pele e nervos periféricos e afeta 32 mil brasileiros por ano, segundo dados do Sistema Único de Saúde (Sus). E além do tratamento, que pode trazer complicações, seus portadores também precisam conviver com o preconceito.
Esse é o caso da uma família que reside em Uberlândia e pediu para não ser identificada. Os membros residiam anteriormente no estado do Mato Grosso, mas se mudaram de lá pela falta de oportunidades de emprego justamente por conta do preconceito que sofreram por serem portadores da hanseníase, já que a doença é transmissível.
“Como o preconceito era muito grande, a gente não conseguiu ficar, por que não tinha trabalho pra mim, não tinha pra ele. E nisso, a gente decidiu ir embora”, disse a mãe da família.
O pai revelou que descobriu ser portador da hanseníase após fazer uma consulta com um médico para fazer uma vasectomia. E além do preconceito que ele e os familiares sofreram, disse que o tratamento pode ser complicado para algumas pessoas.
“É um tratamento muito forte, cada organismo reage de uma forma diferente. Eu senti muito o tratamento e não conseguia trabalhar, não conseguia levantar da cama. Eu passei muito mal mesmo, dor nos rins, não dormia, depressão. Tava tomando uma série de remédios e realmente foi muito difícil”, disse.
Apesar das possíveis complicações do tratamento, a hanseníase é uma doença que pode ser curada.
Auxílio do INSS
É normal que muitos pacientes portadores da hanseníase desistam do tratamento, justamente por conta das complicações, bem como a falta de apoio,. Assim, muitos costumam procurar o auxílio do INSS, mas nem sempre conseguem ter direito ao auxílio-doença.
A advogada Marcela Amaral explica que a hanseníase está entre as enfermidades consideradas graves pelo INSS, e por consequência, está inclusa no benefício. A profissional disse que é necessário apenas que o trabalhador contribua com a previdência, no mínimo, um mês no ano, seja com carteira assinada ou como autônomo. E explica o que fazer caso o pedido seja negado.
“Caso a previdência negue esse benefício por falta de carência, talvez pode acontecer algum erro no sistema da previdência, o segurado tem a opção de fazer um recurso administrativo, junto à Previdência Social, ou entrar com processo judicial”, disse.
Informações: Rodrigo Silva