Na cidade de Prata-MG, a mãe de um adolescente com problemas mentais se acorrentou às grades do Fórum em protesto por ensino adequado para o filho. Ele estudou na Apae até o ano passado e agora passaria para o sexto ano do ensino fundamental.
Quando nossa equipe chegou ao fórum encontrou Juliana Cassiana Severino acorrentada há 15 horas. Segundo ela, desde janeiro vem tentando uma vaga para Helder Vieira Nunes Carvalho na Apae e não consegue. Ela simplesmente, não vê uma solução adequada para o filho.
“Meu filho não foi alfabetizado, ele não sabe escrever o nome dele.” O desabafo é de uma mãe que alega que a escola “empurrou” o filho dela para as próximas séries escolares sem que ele tivesse aprendido para isso. Para Juliana a situação chegou no extremo. Ela não consegue uma escola que dê o suporte adequado. Ela viu no protesto uma forma de cobrar uma solução.
Ela mostrou esse laudo, que aponta as necessidades do jovem, que tem epilepsia e retardo mental, o que leva a um déficit de aprendizado. Ela, inclusive, já fez um pedido formal para que o filho receba o atendimento adequado em uma escola.
A mãe até prefere que o filho continue na Apae, mas ele já chegou ao sexto ano e a instituição não poderia mais recebê-lo.
Uma das alternativas dadas a Juliana foi a matricula de Helder na Escola Estadual Noraldino Lima, no entanto, a escola não teria condições de receber um aluno especial, segundo Juliana. “Se eu não mandasse meu filho pra escola iam mandar me prender. Então eu já fico presa aqui [na grade do Fórum]. Daqui eu saio pra cadeia, porque eu tenho todos os laudos com CID – Classificação Internacional de Doenças.”
O repórter Vinícius Lemos conversou com a diretora da Escola e ela disse que não tinha autorização da Superintendência de Ensino para gravar entrevista. Ela informou, porém que a instituição tem condições de receber Helder, oferecendo a ele uma estrutura de ensino. A estrutura de saúde, como a mãe quer, a escola não disponibiliza.
A equipe foi até a casa de Juliana e Helder. Lá a avó mostrou que ele tem em casa todos os cuidados da família, mas o que eles querem é educação adequada para alunos especiais.
Nota da Educação
A Secretaria de Estado de Educação (SEE) trabalha em toda a sua rede para garantir o acesso de todos os estudantes ao conhecimento sem nenhuma forma de discriminação, ou seja, todas as escolas estaduais estão aptas a receberem alunos com deficiência.
Para isso, as escolas estaduais oferecem o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que tem por objetivo levar aos alunos com deficiências, transtornos do desenvolvimento e superdotação/altas habilidades o atendimento especializado que lhes possibilite a participação plena na escola. Este atendimento, em caráter complementar e de apoio, permite ao aluno um melhor aproveitamento de suas potencialidades, melhorando seu processo de aprendizagem e facilitando a sua inclusão nas classes comuns.
Os profissionais para o apoio e suporte aos alunos são disponibilizados nas escolas conforme a necessidade e as atribuições a serem desenvolvidas, identificados a partir de uma avaliação pedagógica do estudante. Caso o aluno necessite de outros recursos, além dos oferecidos pela SEE, é necessário que a família busque parcerias na secretaria municipal de saúde para garantir a assistência básica e o acompanhamento de algum profissional especializado.
Segundo a Superintendência Regional de Ensino de Uberlândia, o inspetor da Escola Estadual Noraldino Lima se reuniu com a promotoria do município, no início desta tarde, para dar condução ao caso. A direção da Escola informou que a mãe procurou a escola, mas não efetuou a matrícula do jovem, até o momento, na unidade de ensino.
Repórter: Vinícius Lemos
https://www.youtube.com/watch?v=UUDZoP7okFM
https://www.youtube.com/watch?v=gsF5ZC1yjKU