Uma criança de apenas 6 anos passou por uma situação vexatória dentro da Escola Municipal Irene Monteiro Jorge, onde estuda, no Bairro Morumbi, em Uberlândia. A avó está indignada com o que aconteceu na última sexta-feira, 7 de dezembro, e o relato da criança causa revolta.

“Eu pensei, se eu sentar o cocô iria lá pra perna e os coleguinhas irá ver… ai eu fiquei assim (com as perninhas cruzadas e de pé)..”

… “Na sua carteira?”

… “ãhã. E aí demorou muito tempo pra ir embora. Aí minha vó chegou. Ela viu que estava tudo assim, ela foi no banheiro pra tirar o cocô. Ela pensou que só tava suja, mas tava muito suja.”

Este relato é de uma menininha que teria sido impedida pela professora de ir ao banheiro. Para a avó, a neta viveu a situação mais constrangedora, porque os coleguinhas riram muito da criança, que ainda ficou toda suja durante horas esperando o fim das aulas. Ela então decidiu mostrar em vídeo.

As imagens foram gravadas na escola, no momento em que a avó tentava limpar a neta. Ela conta que ao chegar no local a professora até tentou explicar o que havia acontecido.

Dona Janete explica que chegou na escola e soube que enquanto os alunos riam, a professora estava no celular. “Olha que covardia que fez com uma criança de 6 anos de idade.”

A avó ainda conta que a professora teria mentido, dizendo que deixou a menina ir ao banheiro, mas não tinha papel. Mas a versão da menina é outra. “Eu expliquei pra professora que ela deixou outro coleguinha ir primeiro, aí eu caguei na roupa sem querer”, disse.

O constrangimento da criança não parou por aí. Além de ficar “suja” em sala de aula, ela foi motivo de piada entre os coleguinhas, que zombaram da menina dizendo que ela fedia. Porém a professora não fez nada e continuou no celular, deixando a criança naquela situação dentro da sala.

Nossa repórter Tatiane Ferreira esteve na escola para saber o posicionamento da direção. Após aguardar por 10 minutos, uma funcionária voltou dizendo que a diretora estava em reunião e que não grava entrevista a respeito de casos como este. Disse ainda que nossa reportagem deveria falar com a Comunicação da Prefeitura, que estava ciente dos fatos. Questionada se a diretora sabia que se tratava do caso da neta da dona Janete, a funcionária confirma. “É sobre o fato que aconteceu aqui na sexta-feira, né?! Então, a comunicação já está sabendo.”

Este ano a dona Janete não pretende mais levar a neta para escola. Até porque o ano letivo está no final. E talvez, a menina nem volte mais para o mesmo colégio.

Perguntamos o que a avó pretende fazer. “Eu quero que tomem providência, né? Se aconteceu isso com a menina, pode acontecer com outras crianças lá na sala de aula.”

A criança, por enquanto, também não quer voltar às aulas. Ela teme encarar os colegas de sala. “Eu pensei que eles vão zoar de mim, o dia inteiro.”

Em nota, a Prefeitura de Uberlândia, por meio da Secretaria Municipal de Educação, informou que já está apurando os fatos para verificar as responsabilidades e tomar as providências necessárias.

Tatiane Ferreira

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