O carroceiro Eurípedes Martins, 53 anos, será julgado na terça-feira, 21, em Araguari (MG) pela morte da adolescente Lara Rodrigues Caetano Pereira, 13 anos, a primeira vítima do chamado “Maníaco de Araguari”, um dos casos de maior repercussão no Brasil entre os anos 2004 e 2005. Eurípedes, apontado como o autor dos crimes, será julgado pela 1ª Vara Criminal da Comarca e é acusado de mais cinco crimes da mesma natureza e suspeito em outros dois.
Entre os anos de 2004 e 2005 oito mulheres foram encontradas assassinadas de forma misteriosa, algumas teriam sofrido abusos sexuais e foram achadas nuas. As investigações duraram mais de um ano e três pessoas foram presas como suspeitas. Ao final, o Departamento de Homicídios e Crimes Contra a Pessoa de Belo Horizonte, designado para investigar os casos, apontou o carroceiro como autor dos crimes. Os outros foram soltos por falta de provas.
O carroceiro teria confessado os crimes, mas sem dar detalhes da motivação. Conforme as investigações, elas eram atraídas sob a promessa de receberem dinheiro ou drogas e, levadas para matagais nos arredores eram mortas com crueldade. Uma das linhas de investigações na época apontou que as mortes faziam parte de ritual de magia negra, hipótese descartada pela polícia. Um dos suspeitos, preso por vários dias, era pai de santo num centro de umbanda.
Lara, primeira vítima do suposto maníaco, desapareceu no dia 24 de agosto de 2004, e seu corpo foi encontrado quatro dias depois, num matagal próximo ao bairro de Fátima, seminu e com sinais de violência sexual. Ela era usuária de drogas. A Polícia Civil concluiu que ela e as outras mulheres teriam sido vítimas de um maníaco sexual após o achado dos corpos, um a um num curto espaço de tempo, numa mesma região, e com as características semelhantes.
Eurípedes foi pronunciado em seis dos homicídios e negou participação nos outros dois. Em 2014 ele chegou a ser levado a júri popular pela morte da primeira vítima, mas o julgamento foi suspenso depois de iniciado. A defesa alegou a ausência do exame de sanidade mental do réu. Na época a tese do defensor era negativa de autoria. Desde então o carroceiro nega os crimes e diz que os confessou sob pressão. Este caso teve repercussão nacional.
Pedro Popó