A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), acusada pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) de ser mandante do assassinato do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, não poderá sair de casa das 23h às 6h e terá de usar tornozeleira eletrônica, por ordem judicial. O pedido foi apresentado à Justiça pelo MP-RJ, que também solicitou a suspensão do mandato parlamentar de Flordelis. Esse pedido foi negado. O pastor foi morto a tiros em 16 de junho de 2019 na porta de casa, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. A deputada nega envolvimento no crime. Ela só será obrigada a cumprir as medidas judiciais após ser citada da decisão, emitida nesta sexta-feira, 18.
Para fundamentar seu pedido, o MP-RJ afirmou que houve dificuldade para localização e citação de Flordelis sobre decisões judiciais anteriores. Citou ainda declarações de uma testemunha do processo, a empresária Regiane Rabello, cuja casa foi alvo de uma bomba na madrugada de 4 de setembro.
Regiane é dona da oficina onde trabalhava Lucas dos Santos de Souza, filho de Flordelis que está preso acusado de comprar a arma usada para matar o marido da deputada. Segundo a empresária, quando ainda trabalhava para ela – antes do crime, portanto -, Souza recebeu uma mensagem pelo Whatsapp com o plano para matar Anderson do Carmo. Ele teria mostrado o plano à patroa.
Por apresentar esse relato à polícia, Regiane teria sido jurada de morte por Adriano dos Santos Rodrigues, outro filho de Flordelis, também preso pelo crime. Em depoimento ao MP-RJ, Regiane afirmou supor que a explosão da bomba foi uma tentativa de intimidá-la e disse temer tanto Rodrigues como a própria Flordelis, que segue solta.