O Ministério Público Federal denunciou, nesta terça-feira (21), o jornalista do `The Intercept Brasil`, Glenn Greenwald, e seis hackers por organização criminosa e interceptação telefônica ilegal, no inquérito que apura a invasão de celulares do ministro da Justiça Sergio Moro e de procuradores da Operação Lava Jato.

Na decisão, o procurador Wellington de Oliveira argumenta que Glenn Greenwald orientou o grupo enquanto os celulares das autoridades eram invadidos. A acusação tem como base um diálogo entre o jornalista e um dos hackers que, segundo o procurador, aconteceu depois da divulgação de que o celular de Sergio Moro tinha sido violado.

Em um trecho, o invasor pergunta se seria o caso de salvar as conversas ou esperar, e Greenwald responde: “Nós já salvamos todos. Eu acho que não tem nenhum propósito, para vocês manter nada, entendeu?”

Para a Polícia Federal, que investiga a invasão de celulares de procuradores da Lava Jato, não há evidências da participação do jornalista na ação dos hackers. Além disso, uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, proibiu que Glenn Greenwald fosse investigado. Agora, a Justiça deve decidir se ele e os outros seis denunciados no inquérito irão se tornar réus.

Em um vídeo, publicado nas redes sociais, o jornalista se defendeu. “É um ataque contra a imprensa livre, obviamente, contra a nossa reportagem, mas também contra a Polícia Federal e o Supremo, o STF. Eu não cometi nenhum crime, muito pelo contrário”.

O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, declarou que considera a denúncia contra o Glenn Greenwald um ato problemático e perigoso que pode, segundo ele, comprometer a liberdade de imprensa.

Já para a Ordem dos Advogados do Brasil e para a Federação Nacional dos Jornalistas, a denúncia representa um risco e um ataque à liberdade de imprensa.

SBT

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